Google e NASA unem tecnologias para salvar tigres em extinção
O Google e a NASA realizaram uma parceria com mais de 30 pesquisadores da Wildlife Conservation Society (WCS) para salvar tigres em extinção. Por meio de uma nova ferramenta chamada TCL 3.0, as empresas combinaram imagens de satélite e computadores com bastante poder de processamento para monitorar ativamente os ecossistemas do animal.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), existem menos de 4,5 mil tigres espalhados pelo mundo, atualmente. A organização atribui a redução populacional da maior espécie de felinos do mundo à perda de habitat por mudanças climáticas e, principalmente, pela ação humana.
Por meio do TCL 3.0, as empresas esperam identificar com rapidez a perda de habitat dos tigres. Assim, será possível oferecer informações sobre medidas de conservação da espécie quase em tempo real a grupos ambientalistas e líderes nacionais.
TCL combina tecnologias do Google e da NASA para análises precisas
A ferramenta combina imagens do espaço em alta resolução captadas por satélites da NASA com o poder computacional do motor do Google Earth, dados biológicos e modelos de conservação ambiental.
Com isso, cientistas conseguem realizar análises bastante precisas e atualizadas do terreno, pois as informações são atualizadas sempre que novos dados chegam.
TCL significa, em inglês, Tiger Conservation Landscapes (algo como Panoramas para Conservação de Tigres, em tradução literal). O termo se refere aos locais específicos do planeta onde os tigres da espécie “Panthera tigris” ainda vivem na natureza.
Por conta do tamanho, dieta e hábitos sociais, os tigres precisam de áreas amplas com florestas para sobreviver. Além de ser importante para manter o equilíbrio da natureza, a espécie é um dos ícones da cultura asiática.
Conservação dos tigres também beneficia seres humanos
Segundo pesquisadores do projeto, florestas com populações estáveis de tigres não só registram níveis maiores de biodiversidade, como também sequestram mais carbono e mitigam os impactos das alterações climáticas.
Os seres humanos que vivem nas áreas ao redor desses ecossistemas também se beneficiam de serviços ecossistêmicos, como:
- Provisão de alimentos e água;
- Regulação de inundações, secas e degradação do solo;
- Suporte na formação do solo e ciclagem de nutrientes;
- Serviços culturais de recreação, turismo ecológico, apreciação estética, enriquecimento espiritual, entre outros.
Por meio do TCL 3.0, os pesquisadores querem construir indicadores confiáveis que possam informar os níveis de saúde ambiental em ecossistemas onde vivem os tigres.
Apesar da ferramenta ser bastante complexa e avançada, os pesquisadores afirmam que a solução para a preservação dos tigres é bastante simples.
“O que aprendemos sobre a conservação dos tigres nas últimas duas décadas? Que a conservação funciona quando escolhemos fazê-la. A conservação é simples. Não reduza o habitat deles. Não os persiga, assedie ou mate eles, ou suas presas. Controlem a caça furtiva e acabem com o comércio ilegal de ossos e partes de tigres. Previnam conflitos com pessoas e animais sempre que possível e, então, mitiguem as perdas pelo desmatamento florestal”.
Os resumos dos dados obtidos pelo TCL estão disponíveis no site da WCS.