Cientistas mostram que “GPS” das tartarugas marinhas não funciona direito
As tartarugas marinhas da espécie Eretmochelys imbricata viajam longas distâncias em busca de locais ideais para se alimentar e botar seus ovos. A migração desses animais chama a atenção de pesquisadores, que não sabem explicar ao certo como os répteis se localizam no meio da imensidão azul.
Um estudo recém publicado na revista científica Journal of the Royal Society Interface tentou elucidar a questão. Para isso, uma equipe formada por pesquisadores da Austrália, EUA, Itália e Inglaterra resolveu equipar as tartarugas-de-pente, como também são conhecidas, com rastreadores GPS.
Os animais analisados estavam inicialmente na ilha Diego Garcia, território britânico no Oceano Índico. Os cientistas esperavam que, assim como os pássaros, as tartarugas usassem os campos magnéticos da Terra para se guiar. Não foi bem isso que aconteceu.
Na verdade, as tartarugas marinhas parecem não ter um senso de direção tão bom assim. Frequentemente, os espécimes acompanhados percorriam distâncias muito mais longas do que aquela necessária para chegar de um ponto ao outro. Um dos animais, por exemplo, viajou por 1,3 mil km, enquanto poderia ter alcançado o destino em apenas 176 km.
Em alguns casos, quando estavam bem fora de seus caminhos, as tartarugas pareciam se reorientar e voltar para o mapa. Isso sugere que os répteis possuem algum senso de direção, mas grosseiro e impreciso.
Os cientistas acreditam que a má orientação das tartarugas tem suas vantagens. Isso pode tornar a espécie mais adaptável às mudanças climáticas, já que o animal pode acabar descobrindo novas praias para acasalar e colocar seus ovos. O mesmo ocorre com a busca por comida.