Gravadora Capitol demite rapper virtual FN Meka por negligência racial

A mudança ocorreu depois que a Capitol foi criticada por ativistas apontando que a música perpetuava os estereótipos negros, além de ser um trabalho de uma equipe criativa não negra
FN Meka
Imagem: Reprodução/Instagram

O Capitol Music Group, a empresa que inclui grandes gravadoras, anunciou que cortou os laços com o mais recente artista controverso: FN Meka, um “rapper” virtual que foi criado e movido por inteligência artificial, que possui mais de 10 milhões de seguidores no Tik Tok. As informações são da Variety

A mudança rolou na terça-feira (23), e ocorreu depois que a Capitol foi criticada por ativistas apontando que a música perpetuava os estereótipos negros e incluía o uso repetido da palavra ‘n*gga’ em suas rimas, mas na verdade era o trabalho de uma equipe criativa não negra. “A CMG cortou os laços com o projeto FN Meka, com efeito imediato”, disse a gravadora em comunicado. 

“Oferecemos nossas mais profundas desculpas à comunidade negra por nossa insensibilidade em assinar este projeto sem fazer perguntas suficientes sobre equidade e o processo criativo por trás dele. Agradecemos àqueles que nos procuraram com feedback construtivo nos últimos dois dias – sua contribuição foi inestimável quando tomamos a decisão de encerrar nossa associação com o projeto”, completou. 

A assinatura da Capitol Records com o fictício “rapper robô” tinha acabado de ser anunciada na semana passada, embora o projeto esteja rolando há anos como um empreendimento independente. O personagem de hip-hop de “realidade artificial” foi descrito como uma criação de Anthony Martini e Brandon Lee, cofundadores da Factory New. 

No entanto, o projeto foi rapidamente atacado por parecer alimentar a linguagem e os temas da vida negra nas ruas em um computador que cuspia letras sobre temas comuns ao hip-hop, incluindo o uso copioso da palavra ‘n*gga’ em suas rimas, por meio das táticas despersonalizadas da inteligência artificial.

Por isso, a organização ativista sem fins lucrativos conhecida como Industry Blackout, criada em 2020 para buscar a igualdade no negócio da música, se pronunciou por meio das redes sociais escrevendo uma mensagem para a gravadora, os condenando por assinar com FN Meka e afirmando que era um “insulto direto à comunidade negra e à nossa cultura”.

 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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