O Twitter suspendeu por 12 horas a conta da deputada republicana Marjorie Taylor Greene após alegações de fraude eleitoral na Geórgia, seu estado natal, sem qualquer fundamento. A empresária é considerada pela mídia americana a primeira representante do grupo conspiratório e de extrema direita QAnon no Congresso.
No domingo (17), ela havia publicado na sua rede social um trecho de uma entrevista cedida a um veículo de notícias local em que acusa sem quaisquer provas as autoridades eleitorais da Geórgia de compactuar com fraudes eleitorais, mesmo após a recontagem dos votos ter sido realizada, com vitória garantida e certificada para Joe Biden. Ela também expressa apoio a diversas teorias conspiratórias, com a alegação de que houve problemas com as máquinas de votação, cédulas ausentes e outras situações que teriam levado a uma fraude generalizada no estado durante a eleição presidencial.
Por quebrar regras de integridade de discurso na plataforma, especialmente após toda a confusão envolvendo Trump, o Twitter adicionou um alerta ao tweet de Greene em que diz: “Esta alegação de fraude eleitoral está sob disputa, e este tuíte não pode ser respondido, retuitado, ou curtido, devido ao risco de violência”.
Esta não é a primeira vez que ela apresenta falas que propagam afirmações baseadas em desinformações e discursos de ódio. Em uma série de vídeos publicados durante sua campanha, ela partilha de posicionamentos racistas, antissemitas e islamofóbicos. Além disso, ela enfatiza mensagens e conteúdos a favor do porte de armas, da construção do muro na fronteira com o México e ideias contrárias a legalização do aborto.
Na semana passada, durante uma fala no plenário da Câmara, utilizando uma máscara escrita “censurada”, Greene continuou a afirmar que houve conspirações para a não reeleição de Donald Trump e no processo de seu segundo impeachment. Nesta quarta-feira, o então presidente dos EUA deixa a Casa Branca e enfrenta o julgamento de seu segundo processo de impeachment, que poderá levar à cassação de seus direitos políticos, fazendo com que uma possível tentativa de candidatura em 2024 não seja possível.
Em 12 de janeiro, o Twitter suspendeu mais de 70.000 contas que compartilham conteúdo QAnon, compactuando com a violência exercida durante a invasão ao Capitólio. Já o Facebook, disse que irá eliminar as postagens que utilizarem o termo “Stop the Steal” (“Parem o roubo”, em tradução livre), que está associado as supostas fraudes eleitorais.