Antigos hominídeos usavam ossos de mastodontes para caçar

Uma lança de 13,9 mil anos sugere que os hominídeos da América criavam ferramentas a partir de ossos, antes da chegada do povo Clóvis
Humanos antigos usavam ossos de mastodontes para caçar
Imagem: Texas A&M University/Reprodução

Os mastodontes eram um pouco menores que o mamutes, mas mais robustos. Eles andaram sob a Terra há 23 milhões de anos, sendo extintos entre 13 e 12,7 mil anos atrás. 

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Esses gigantes eram vítimas dos antigos hominídeos, que tinham o animal como alvo de caça. Agora, pesquisadores da Texas A&M University, nos EUA, revelaram que nossos ancestrais estavam usando os próprios ossos do mastodonte para matá-los. 

A equipe chegou a tal conclusão após analisar fragmentos embutidos na costela de um mastodonte desenterrado na década de 1970. As evidências foram retiradas de um sítio arqueológico em Washington, nos EUA.

No meio das costelas havia a ponta de uma arma que, segundo os cientistas, foi feita justamente com ossos de outro mastodonte. O estudo completo foi publicado na revista científica Science Advances.

Os pesquisadores acreditam que os caçadores tinham como objetivo acertar a lança entre as costelas e prejudicar a função pulmonar do animal. No entanto, o hominídeo errou o alvo e acabou deixando a arma entre os ossos. 

Primeiros americanos

A descoberta da lança não é inédita. Porém, essa foi a primeira vez que a equipe conseguiu recriar o projétil e mostrar como ele era antes de atingir o mastodonte. Isso foi possível graças a tecnologias de reconstituição de imagens em 3D.

A ponta de lança, que data de 13,9 mil anos atrás, representa a evidência mais antiga de caça aos mastodontes nas Américas. Isso a torna 900 anos mais velha do que outras armas associadas ao povo Clóvis, que ocupou o continente no final da última Era do Gelo.

Por outro lado, não se sabe muito sobre os hominídeos responsáveis pela lança de mastodonte. Há apenas a informação de que eles foram alguns dos primeiros indígenas a entrar nas Américas. Eles podem ter chegado de barco a partir de uma rota costeira ao longo do Pacífico Norte. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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