Informações falsas da Rússia derrubam 10 mil drones da Ucrânia por mês
Um relatório do RUSI (Royal United Services Institute), do Reino Unido, aponta que a Ucrânia teve cerca de 10 mil de seus drones militares derrubados por mês pela Rússia — incluindo os comerciais e os modelos militares mais robustos. A disseminação desses dispositivos no campo de batalha é uma das características mais marcantes da Guerra na Ucrânia.
Divulgado no último dia 19 de maio, o documento “Meatgrinder: Táticas russas no segundo ano da invasão à Ucrânia” afirma que a Rússia está se utilizando de informações enganosas e sinais falsos para interferir no funcionamento dos drones ucranianos. Com base em entrevistas realizadas entre abril e maio com oficiais ucranianos, estimou-se que eles abatem mais de 300 equipamentos por dia, de acordo com o relatório.
A Ucrânia dispõe de uma grande variedade de drones, para usos desde reconhecimento até aqueles considerados “kamikazes”. Entre os exemplos, estão o modelo comercial DJI Mavic 3, usados para localizar tropas inimigas, até o multimilionário Bayraktar TB2, capaz de derrubar tanques russos.
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No início da guerra, as forças ucranianas foram bem-sucedidas com o uso desses dispositivos para conter o avanço russo. Isso motivou a criação de uma campanha oficial de arrecadação de fundos, a United24, que surgiu com o propósito de construir um “exército de drones”.
Com o passar dos meses, a Rússia desenvolveu novas soluções tecnológicas e demonstrou ser “altamente capaz” de interceptar e desencriptar as comunicações militares ucranianas, de acordo com o relatório. Além disso, há anos o país liderado por Vladimir Putin vem experimentando e aperfeiçoando o uso de drones em combates militares.
Por outro lado, sistemas russos de alta tecnologia, como a estação móvel Shipovnik-Aero, montado em um caminhão, podem simular sinais de interferência. Eles têm uma gama sofisticada de efeitos, incluindo a possibilidade de abater esses veículos aéreos não tripulados.
O pesquisador britânico Jack Watling é um dos autores do estudo e se manifestou no Twitter a respeito da pesquisa. Ele destacou que o número divulgado é somente uma estimativa. “Até que ponto estou confiante no número 10 mil por mês? Como número exato, não estou. O total real varia mês a mês e dia a dia e não é acompanhado de perto. Mas o consumo é definitivamente muito elevado”, argumenta.
A BBC, por exemplo, apontou que os drones têm sido fundamentais no combate, já que eles são mais baratos que os mísseis, sendo amplamente adotados pelos dois lados da guerra. Enquanto as tropas ucranianas recebem drones de países ocidentais, como Turquia e Estados Unidos, a Rússia usa equipamentos próprios, além dos fabricados pelos iranianos.