Borboletas e abelhas estão em declínio no Brasil, mostra estudo

A remoção da vegetação nativa, que abre espaço para a agropecuária, está entre os motivos por trás da queda das populações desses insetos
Borboletas e abelhas estão em declínio no Brasil
Imagem: Lenstravelier/Unsplash/Reprodução

Insetos como abelhas e borboletas são extremamente importantes para a agricultura. Afinal, são eles os responsáveis por polinizar as plantações e permitir que muitos alimentos cheguem até nossas mesas. 

Mas a conservação desses animais acabam sendo constantemente negligenciada. Um estudo publicado nesta semana na revista Biology Letter aponta que os insetos terrestres estão em declínio no Brasil — apesar da dependência que o país tem do setor agrícola.

O trabalho foi feito por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e das universidades federais de São Carlos e do Rio Grande do Sul. Eles analisaram 45 estudos anteriores sobre as espécies de abelhas e borboletas no país, e também trocaram informações com outros 156 cientistas envolvidos com o tema.

Dessa forma, reuniram dados sobre insetos aquáticos, como libélulas, e terrestres, como os besouros, abelhas e borboletas. O último grupo foi o único a apresentar queda populacional. 

A maior parte das espécies estudadas estava na Mata Atlântica. Os cientistas acreditam que os insetos estão sumindo devido a remoção de vegetação nativa, que abre espaço para a agropecuária. O uso indiscriminado de pesticidas também parece colaborar para o cenário.

O fato dos insetos aquáticos passarem ilesos no estudo não significa que eles estão fora de risco. Na verdade, os cientistas explicam que parte dos estudos analisados já partiram de áreas degradadas, o que significa que o declínio já estava instaurado e não foi ser observado. Outros artigos exploravam um intervalo de tempo relativamente curto, o que atrapalhava a coleta de informações sobre as mudanças populacionais. 

Os cientistas precisam de estudos de longo prazo para avaliar a abundância de insetos com precisão. As tendências observadas para a nova pesquisa foram registradas ao longo de 11 anos, em média, para insetos aquáticos, e 22 anos para insetos terrestres.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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