A Meta, empresa de Mark Zuckerberg que engloba várias plataformas, considera lançar uma versão paga e sem anúncios do Instagram e do Facebook na União Europeia.
A ação visa driblar a legislação do bloco de países sobre privacidade dos usuários, de acordo com uma matéria do New York Times, da última sexta-feira (1). O jornal, inclusive, cita três fontes próximas à empresa. No entanto, ainda de acordo com o noticiário, não há informações sobre o valor que a Meta cobrará pela versão paga do Instagram.
Em julho deste ano, a suprema corte da União Europeia proibiu que a Meta combinasse dados coletados de usuários europeus, sem consentimento prévio, através de suas plataformas (Facebook, Instagram e WhatsApp), bem como de serviços e sites externos.
Portanto, a versão paga do Instagram é uma saída para não perder uma fonte de lucro para a empresa. Hoje, a receita principal da Meta se baseia em analisar dados de usuários e exibir anúncios personalizados com base em seus respectivos interesses.
Instagram pago pode iniciar uma era de apps sem anúncios
A versão paga do Instagram abre o caminho para uma nova era de produtos digitais. Possivelmente, usuários da União Europeia – composta por 27 países e com população de 450 milhões de pessoas – devem ganhar versões diferentes de produtos de tecnologia devido às novas legislações.
Aliás, a Meta não lançou o aplicativo Threadsna Europa para se resguardar de novos problemas judiciais no continente. A Europa, a propósito, é o segundo mercado mais lucrativo para a Meta, atrás apenas da América do Norte.
Em abril, a diretora financeira da Meta, Susan Li, afirmou que os anúncios na União Europeia correspondiam a 10% de todo o lucro da empresa. A título de curiosidade, o lucro total da Meta no ano passado chegou a US$ 117 bilhões, ou seja, US$ 11,7 bilhões apenas em anúncios na Europa.
Após Lei de Serviços Digitais, Meta pode enfrentar outro desafio
Nas últimas semanas, quando a Lei de Serviços Digitais da União Europeia (DSA) entrou em vigor, a Meta se comprometeu a encerrar o algoritmo de personalização do Instagram no continente.
As fontes do New York Times afirmam que a versão paga do Instagram pode aliviar a barra da Meta na União Europeia. O plano é simples: remover os anúncios e, portanto, a personalização, mas manter uma fonte de receita.
Contudo, no ano que vem, outra lei da União Europeia que mira as empresas tech, a Lei de Mercados Digitais, entrará em vigor. Diferentemente da DSA, que visa proteger os usuários, essa nova lei focará nas práticas comerciais das grandes empresas para evitar o monopólio.