Israel diz que variante Delta pode romper células de imunidade, mas vacinas ainda são eficazes
A variante Delta do novo coronavírus pode ser mais transmissível e infectar pessoas totalmente vacinadas, alertaram autoridades de Israel. No entanto, essas pessoas ainda permanecem muito bem protegidas contra casos graves e morte.
De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, uma análise de casos recentes, coletados de 6 de junho ao início de julho, sugere que a vacina Pfizer/BioNTech é cerca de 64% eficaz na prevenção de qualquer infecção pela Delta em indivíduos totalmente vacinados — um nítido contraste com a eficácia de 94% contra a infecção por versões anteriores do vírus. A eficácia da vacina contra doenças graves e hospitalização também pareceu diminuir, mas apenas ligeiramente. Autoridades estimam que a vacina da Pfizer foi 94% eficaz na prevenção de doenças graves de Delta, em comparação com 98% obtidos anteriormente.
Mas nem os dados, nem a análise usados para determinar essas estimativas foram disponibilizados ao público. Por isso, alguns especialistas do país estão questionando se o modelo do Ministério da Saúde pode estar diminuindo a robustez da vacina. As análises de casos do Reino Unido, que são regularmente atualizadas e divulgados pela Public Health England, sugerem que as duas doses completas das vacinas Pfizer/BioNTech ou Oxford/AstraZeneca continuam a fornecer proteção semelhante contra a infecção pela Delta, como fizeram contra cepas anteriores (cerca de 88% para a Pfizer).
No fim de semana, pesquisadores da Rede Canadense de Pesquisa de Imunização divulgaram uma pesquisa própria preliminar examinando os efeitos potenciais da variante na eficácia da vacina, com base em dados de quase meio milhão de residentes no país. Assim como no Reino Unido, eles descobriram que a imunização completa com a vacina da Pfizer foi 88% eficaz na prevenção da infecção sintomática.
Dito isso, muitos especialistas continuam preocupados que o surgimento da variante Delta trará novas ondas de doença e morte, mesmo para países altamente vacinados como Estados Unidos, Reino Unido e Israel. Embora a maior parte desse dano tenha impacto sobre os não vacinados que não foram expostos ao coronavírus, ainda é crucial esclarecer o risco exato que as pessoas totalmente vacinadas e previamente infectadas podem continuar enfrentando. E, a menos que a pandemia seja controlada em todos os lugares, tanto por meio da vacinação e de outras medidas de saúde pública, sempre há a possibilidade de que o vírus sofra uma mutação significativa o suficiente para escapar da nossa imunidade existente.