Itália anuncia ponte suspensa recorde em pleno Mar Mediterrâneo
O governo da Itália decidiu retomar os planos de construção de uma ponte suspensa sobre o Estreito de Messina, no Mar Mediterrâneo, ligando a ilha de Sicília ao continente. Quando estiver concluída, ela se tornará na ponte pênsil mais longa do mundo.
Segundo o site New Civil Engineer, a nova ponte deverá ter 5 quilômetros de comprimento e incluirá um vão central recorde de 3,3 km. O título atual de maior vão pertence à Ponte Canakkale, na Turquia, que tem 2,02 quilômetros e foi inaugurada no ano passado.
O Estreito de Messina fica perto do “dedo” da “bota” da Itália. A ideia de construir uma ponte no local existe há mais de 2.000 anos. Na época, os romanos tentaram transportar 100 elefantes de Palermo para Roma, construindo uma ponte temporária sobre o estreito. Contudo, não existem registros históricos se eles tiveram sucesso nessa empreitada.
Mais recentemente, em 1998, os italianos aprovaram os planos iniciais da construção da ponte de Messina, mas o projeto foi cancelado anos depois, quando o país enfrentou um período de recessão. Em 2009, o planejamento foi retomado, mas foi frustrado novamente por uma nova crise financeira.
Ao assumir o cargo de primeira-ministra, em 2022, Giorgia Melini resgatou o projeto, revivendo a meta de reativar a empresa responsável pela supervisão da construção, além de solicitar investimentos da União Europeia para o projeto. Na última semana, foi criado um novo decreto que ordena o reinício do processo de planejamento da ponte.
O recém-nomeado ministro da infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, comemorou no Twitter a publicação do decreto, afirmando ser um “dia histórico”. “Depois de tantos anos de derrotismo e desconfiança, este governo está revivendo o projeto”, afirmou Salvini.
Além de ser a maior ponte, o novo ministro também prometeu que a nova infraestrutura se tornará na mais moderna e sustentável do mundo.
Ponte suspensa ainda divide opiniões
Apesar do entusiasmo do governo, a obra também vem recebendo críticas. Entre elas, está a de que os bilhões de euros investidos na construção da ponte poderiam ser melhor gastos em melhorias nas estradas da Sicília.
Além disso, a corrente marítima entre a Sicília e a Itália é conhecida por ser muito forte, o que poderia dificultar as obras – tornando o projeto ainda mais caro.
Outro agravante é que o Estreito de Messina está sobre uma falha geológica, sendo um dos locais mais ativos sismicamente da Europa. Em 1908, por exemplo, um terremoto ocorrido na região matou cerca de 120 mil pessoas, se tornando no maior desastre do tipo na Europa durante o século 20.