A Apple convidou hoje a imprensa para um evento em 9 de setembro. O sempre confiável John Paczkowski, do Re/code, diz que a Apple vai revelar novos iPhones, mas não só: a empresa também anunciará oficialmente seu dispositivo vestível.
Rumores sobre um smartwatch da Apple circulam há tempos, e sua sombra estimulou o surgimento de inúmeros relógios de pulso inteligentes que temos hoje. Mas agora, finalmente, o iWatch está prestes a chegar. Eis o que acreditamos saber sobre ele.
Como ele se chama?
Muitos se referem a este futuro wearable da Apple como “iWatch”. Na verdade, a empresa registrou a marca iWatch em vários países – inclusive no Brasil.
No entanto, o nome pode ser diferente, já que informações vazadas sugerem que ele será mais um monitor de atividade física, e não apenas um relógio de pulso que serve como uma extensão do smartphone.
Por exemplo, a Apple apresentou patentes para um dispositivo vestível onde faz referência a algo chamado iTime, então isso também é uma possibilidade. Para os nossos propósitos, no entanto, vamos continuar chamando o dispositivo de iWatch.
Design
Aparentemente, um dos grandes diferenciais no iWatch será o design. Ou seja, ele deve ser mais bonito e atraente do que a maioria de smartwatches que vemos por aí (excluindo o Pebble Steel e o Moto 360, é claro).
Um indício disto é a série de contratações que a Apple fez nos últimos anos, como Paul Deneve, ex-CEO da Yves Saint Laurent; e Angela Ahrendts, VP sênior de varejo que ajudou a revitalizar a Burberry quando era CEO. São pessoas que realmente trabalhavam com moda e estilo, não pessoas de tecnologia tentando criar algo bonito.
No entanto, ainda não vazaram imagens de como será o iWatch. Em um sentido mais amplo, a patente do iTime pode oferecer algumas pistas, pois mostra uma pulseira de relógio com módulos de tela que podem ser encaixados. É semelhante ao WIMM One da Wimm Labs, empresa comprada pelo Google.
Mas estes esboços são simples, assim como em toda patente. Temos, no entanto, informações mais substanciais vindas da Reuters e do Wall Street Journal: eles dizem, respectivamente, que o iWatch poderia ter uma tela de 2,5 polegadas, e que pode vir em diferentes tamanhos.
Uma tela de 2,5″ para um relógio com formato comum seria loucura. O desajeitado Galaxy Gear tinha só 1,63″ e era enorme. Se o rumor estiver correto, provavelmente a tela seria curva, mas próxima de uma pulseira:
Parece certo, no entanto, que o iWatch terá uma face com vidro de safira resistente a riscos, devido a evidências recentes de que a Apple está produzindo cristal de safira “com qualidade de joia“.
Especificações e recursos
O iWatch, sem dúvida, fará tudo o que um smartwatch comum faz hoje, como mostrar notificações e exibir outros dados úteis em seu pulso. Você já viu isso no Android Wear, por exemplo. Mas alguns boatos, bem como uma série de contratações ao longo do último ano, sugerem que o grande diferencial do iWatch será acompanhar sua saúde e atividade física.
Dado que o iOS 8 ganhou suporte à plataforma HealthKit, e o app Health reúne informações que seriam facilmente coletadas por um wearable, esse diferencial para o iWatch torna-se ainda mais plausível.
O iWatch quase certamente inclui um conjunto completo de recursos para acompanhar sua atividade física. Isso significa acelerômetro, giroscópio, magnetômetro, altímetro e tudo mais. Isso seria necessário para medir seus passos, acompanhar seu sono – e a Apple tem um especialista do sono na equipe – entre outros.
Além disso, é importante notar que Tim Cook é um grande fã da pulseira FuelBand e está no conselho administrativo da Nike – que aparentemente demitiu toda a equipe que trabalhava no hardware da FuelBand. Talvez para trabalhar junto à Apple? Quem sabe.
Mas o iWatch provavelmente irá além do fitness, e deve acompanhar sua saúde. O WSJ informa que o iWatch tem mais de 10 sensores diferentes, sem dizer quais. As possibilidades incluem um monitor de frequência cardíaca (de alta qualidade); a Apple contratou o diretor médico da Masimo, empresa que fez um app para iPhone que acompanha sua pulsação.
Talvez ele possa até medir sua glicemia, pois a Apple contratou alguns pesquisadores médicos com experiência em fazer dispositivos que leem os níveis de glicose analisando o suor. As ambições de Cupertino envolvendo saúde são provavelmente sérias: funcionários de alto nível da Apple vem conversando com a FDA, órgão americano semelhante à Anvisa.
Paczkowski também diz que ele terá suporte a HomeKit para controlar dispositivos conectados, mas sem dizer como isso deve acontecer. Quem sabe abrir a porta da garagem, ou ajustar o termostato direto no pulso?
Quanto à bateria, o New York Times disse este ano que a tela do iWatch possui uma camada embutida para carregamento solar. A Apple também estaria testando carregamento sem fio no smartwatch. No entanto, as especificações de hardware – duração da bateria, chipset, resolução de tela – ainda são um mistério.
Preço
O iWatch provavelmente será caro: analistas vêm citando preços que giram em torno de US$ 300. Atualmente, o mercado de smartwatches é dominado por modelos que custam cerca de US$ 200, enquanto os modelos “premium” – como o Pebble Steel e o Moto 360 – chegam a US$ 250.
Mas se a Apple realmente combinar moda/estilo com um acompanhamento amplo da sua saúde, parece improvável que ela tentaria competir em preço. Além disso, se o iWatch realmente possui tantos sensores quanto dizem por aí, os custos de produção serão elevados. O cristal de safira, por si só, é caro. Mas não esperamos algo além dos US$ 400.
Disponibilidade
Provavelmente o iWatch não será lançado de imediato. Até pouco tempo atrás, segundo John Paczkowski, o iWatch estava previsto para ser anunciado em outubro, não daqui a poucas semanas. O anúncio pode ter sido adiantado, mas parece bastante improvável que o iWatch estaria disponível em 9 de setembro.
Ainda assim, se nós veremos o iWatch pela primeira vez no início de setembro, parece quase certo que ele chegará às lojas antes da temporada de férias – ou seja, por volta de outubro.
Imagem inicial: conceito do iWatch por Martin Hajek