Os Estados Unidos estão à beira de um colapso econômico, com muitos americanos preocupados com as contas do dia a dia. Enquanto isso, algumas pessoas não precisam se inquietar: Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo e dono da Amazon, está indo muito bem.
De acordo com uma estimativa da Bloomberg, Jeff Bezos viu sua riqueza líquida aumentar US$ 13 bilhões, acumulando um total de US$ 189,3 bilhões na segunda-feira (20). Esse é o maior aumento de um dia na história do Índice de Bilionários que é mantido há oito anos pela agência de notícias.
Grande parte desse aumento foi simplesmente a reversão de uma queda repentina nas ações da Amazon na semana passada (a Microsoft subiu 4,3% na segunda-feira, enquanto a Tesla subiu 9,5%).
No entanto, as ações da Amazon subiram cerca de 73% do começo do ano até aqui – alimentado pelo aumento das compras online e pela demanda de serviços em nuvem, ou seja, por causa da pandemia. A fortuna pessoal de Bezos cresceu US$ 74,4 bilhões desde o início de 2020.
Durante esse mesmo período, as condições de trabalho que a Amazon oferece para seus funcionários e terceirizados sobrecarregados não mudou muito. De certa forma, as coisas pioraram apesar do “bônus” anunciado recentemente.
Um estudo divulgado em abril deste ano pelo Institute for Policy Studies descobriu que 34 dos 170 bilionários mais ricos do país “viram sua riqueza aumentar em dezenas de milhões de dólares” durante a pandemia, incluindo Bezos, Elon Musk (CEO da Tesla/SpaceX), Eric Yuan (fundador do Zoom), Steve Ballmer (ex-CEO da Microsoft) e John Albert Sobrato (magnata do setor imobiliário do Vale do Silício).
O relatório observou que “o aumento da riqueza de Jeff Bezos é sem precedentes na história financeira moderna e varia muito dia a dia”, com os US$ 25 bilhões de Bezos acumulados entre 1º de janeiro e 15 de abril superando de longe o PIB de Honduras (US$ 23,9 bilhões em 2018).
O documento também advertiu que os bilionários dos EUA provavelmente sairão da pandemia como se nada tivesse acontecido “ou mesmo com um grande aumento de riqueza”, em parte porque sua carga tributária total pela porcentagem de sua riqueza caiu 79% de 1980 a 2018.
Embora os magnatas da tecnologia tenham se saído bem, o co-autor do estudo Chuck Collins disse ao Gizmodo que é provável que a classe bilionária perca dinheiro como um todo durante a pandemia. Ele acrescentou que é quase certo que eles “recuperarão muito mais rápido do que todos – e o mercado de ações como um todo, graças aos grandes vencedores.”
A Bloomberg observou que a ex-cônjuge de Bezos, Mackenzie Bezos, que se separou do CEO da Amazon no ano passado em meio a um escândalo de fotos íntimas do bilionário, viu sua riqueza líquida aumentar em cerca de US$ 4,6 bilhões na segunda-feira. Isso a coloca como a 13ª pessoa mais rica do mundo e sua segunda mulher mais rica, logo atrás da herdeira da L’Oréal, Françoise Bettencourt Meyers. Ela, ao contrário de seu ex-marido, assinou a promessa de doar a maior parte de sua riqueza ao longo de sua vida.
Elon Musk tem registrado ganhos igualmente grandes nas ações da Tesla este ano, com o Índice de Bilionários mostrando que ele ganhou US$ 46,9 bilhões somente neste ano. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, adicionou US$ 14,8 bilhões a sua fortuna em 2020, enquanto o Ballmer ganhou US$ 18 bilhões.