Liam Neeson aos 70 anos: como um ator dramático virou o rei dos filmes de ação
Aos fãs de um bom filme de ação: na última terça-feira (07), o ator britânico Liam Neeson, completou 70 anos de idade. Ele é dono de uma carreira que teve uma guinada inesperada. Com um semblante pacato, propício para filmes de drama, de repente se tornou um astro de longas de ação e policiais.
Nesta semana , inclusive, estreia nos cinemas o longa de ação “Menção Honrosa: Assassino Sem Rastro”, onde Neeson vive um assassino buscado pelo FBI por matar os próprios criminosos que contraram seus serviços.
Como se deu essa transformação na carreira dele? Acompanhe:
O norte-irlandês Liam John Neeson –seu nome completo– era super conhecido por interpretar Oskar Schindler no drama de guerra “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg, e se tornou um herói de ação total como em “Taken”.
Sua carreira é longa e interessante. Desde o começo mostrou grande versatilidade em seus papéis e capacidade de lidar com praticamente qualquer gênero.
É o cara que passou de dramas históricos e de época como “Rebelião em Alto-Mar”, “A Missão” e “A Lista de Schindler” para filmes como “Nosso Amor”, “Maridos e Esposas” e “Kinsey”. Antes da virada total para a ação, teve um flerte com o gênero em “Darkman” de Sam Raimi, nos anos 90.
Porém, sua carreira mudou mesmo com sua atuação em “Taken” (“Busca Implacável”, de 2008). A partir daí, Neeson estrelou uma série de filmes de ação de muito sucesso como “Esquadrão Classe A”, “A Perseguição”, “Desconhecido” e aquele thriller de vingança pós-11 de setembro com a lógica dos desenhos animados, “Sem Escalas”. Além, claro, das sequências de “Taken”,
Não parou desde então, como pelo menos um grande filme de ação por ano, na maioria das vezes do tipo thriller.
Por que permaneceu na ação?
Uma tragédia na vida do ator aconteceu paralelamente ao ingressar no genêro de ação. Logo depois do sucesso de “Taken”, a esposa de Neeson, Natasha Richardson, morreu em 2009 após um terrível acidente de esqui.
O ator decidiu usar os trabalhos de ação no cinema como fuga da vida real. Poucos dias depois da morte de Natasha, Neeson já começou a filmar novamente.
Sobre isso, Neeson explicou ao apresentador Anderson Cooper em 60 Minutes: “eu não sou bom sem trabalho. Eu só não queria, especialmente para os meus meninos, parecer estar chafurdando em tristeza ou depressão”. Por coincidência, em 2012 ele estrelou “The Grey”, um filme onde literalmente interpreta um homem que luta para lidar com a morte de sua esposa.
Em 2011, ele disse à revista Esquire: “acho que sobrevivi fugindo para o trabalho. Eu fico com o treinamento, fico com o trabalho. Para mim, é bastante fácil planejar uma nova ocupação. É eficaz. Mas também essa é uma coisa estranha sobre o luto. Você não consegue se preparar para ele. Você acha que vai chorar e acabar logo com isso, faz planos para superar, mas nunca funcionam.”
Em recente entrevista à NBC, o ator disse que a audiência não é burra e que vai começar a se questionar, mais cedo ou mais tarde, como um homem de mais de 70 anos está fazendo um filme com tanta ação assim. Segundo Neeson, em algum momento, ele deverá parar de fazer filmes desse gênero.
Talvez até tenha uma data. Falando sobre o lançamento nesta semana de “Menção Honrosa: Assassino Sem Rastro”, Neeson disse que está se aposentando desse segmento. Ao Entertainment Tonight, alegou uma dificuldade cada vez maior para gravar as cenas de combate.
Como toda essa carreira nas telas com tiros, bombas e fugas, Neeson ainda acha tempo para ser embaixador da Boa Vontade da UNICEF.