Lixo espacial ameaça futuras missões fora da Terra

O acúmulo de detritos na órbita terrestre baixa ameaça o funcionamento de satélites e também futuros lançamentos programados por agências espaciais.
Lixo espacial em órbita
Imagem: NASA/Reprodução

Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) fizeram uma manobra de emergência no último mês. A estrutura estava sob ameaça de colidir com lixo espacial, gerado após a explosão de um satélite durante um teste russo. 

O episódio envolvendo os detritos russos trouxe à tona o debate sobre as consequências do lixo espacial para a exploração do espaço. 

Quantidade de lixo

A NASA estima que exista cerca de 100 milhões de fragmentos de lixo espacial com mais de um milímetro de diâmetro na órbita terrestre. Além de existirem em grande quantidade, elas viajam a uma velocidade de 8 quilômetros por segundo, o suficiente para fazer estragos — como perfurar a estrutura da ISS, por exemplo.

O problema é que o número de lixo no espaço só tende a aumentar.

A Starlink, empresa de Elon Musk, por exemplo, já tem autorização do governo norte-americano para colocar 42 mil satélites em órbita nos próximos dois anos. De acordo com a empresa, estes objetos se desintegrarão na atmosfera quando ficarem inutilizados.

Há um porém: com o equipamento fora de funcionamento, é difícil impedir que ele se choque com outras peças soltas no espaço e acabe gerando detritos.

É neste local de atuação dos satélites de metal de Musk, a até 1.000 quilômetros de distância da superfície terrestre, em que estão os satélites usados para comunicação e GPS, por exemplo.

Não dá para afirmar que estamos próximos desse momento. Mesmo assim, é preciso se preparar para o pior. A empresa japonesa Astroscale Inc, por exemplo, está trabalhando em espaçonaves capazes de limpar o espaço. O plano é pegar antigos satélites e jogá-los próximos à Terra, adiantando a sua entrada e desintegração na atmosfera.  

Meio ambiente

Mas até mesmo essa desintegração parece estar causando problemas para o meio ambiente. De acordo com pesquisadores do Aerospace Corporation na União Geofísica Norte-americana, o alumínio é um dos principais elementos que entra em combustão durante a reentrada do material na atmosfera. Nisso, ele acaba reagindo com outros elementos presentes na atmosfera e danificando a camada de ozônio.

Atualmente, cerca de 100 toneladas de lixo queimam na atmosfera a cada ano. No futuro, com o aumento de satélites no espaço, esse número pode subir para algo entre 800 e 3.200 toneladas de lixo queimando no processo anualmente. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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