Esta peça em vidro mostra como é a “cara” de uma vacina contra Covid-19

Obra é do artista Luke Jerram e retrata a nanopartícula do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca.
GIF: Luke Jerram
GIF: Luke Jerram

Já sabemos como é a “cara” do novo coronavírus por meio de observações microscópicas e ilustrações — aquela bolinha com várias pontas ao redor. Mas se você já se perguntou como uma vacina covid-19 se parece fora da seringa, agora é possível ter uma ideia.

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No início de fevereiro, o artista Luke Jerram revelou uma escultura de vidro baseada na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca. A peça foi criada para comemorar a vacinação de 10 milhões de pessoas no Reino Unido, onde o imunizante em questão já está sendo aplicado na população do país.

De acordo com Jerram, a obra de arte tem cerca de 34 centímetros, com o tamanho aproximado de uma bola de futebol. Para nós, pode parecer pequena, mas quando comparada ao tamanho real da composição presente no imunizante a escala é muito maior: o objeto mede um milhão de vezes mais do que a nanopartícula da vacina.

Em entrevista à BBC, Jerram disse que estava motivado a fazer a escultura após ser diagnosticado com Covid-19, em novembro do ano passado. O artista revelou que ainda não recuperou totalmente o olfato por causa da doença e que seus ouvidos estão bastante sensíveis a qualquer tipo de som. “Durante minha recuperação, ficou claro para mim que meu próximo trabalho artístico deveria se concentrar na vacina, que é nossa saída para esta crise global, como uma homenagem aos cientistas e equipes médicas que têm trabalhado em colaboração em todo o mundo para combater o vírus”, afirmou Jerram.

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Fazer a escultura não foi uma tarefa fácil. Segundo a BBC, Jerram colaborou com virologistas e uma equipe de sopradores de vidro com experiência em vidro científico. A escultura é feita de vidro de borosilicato e produzida com os mesmos materiais e técnicas utilizadas em vidraria científica médica, como tubos de ensaio e em destilarias.

Quanto ao motivo de suas esculturas serem feitas com vidro incolor, Jerram aponta que, uma vez que os vírus são menores do que o comprimento de onda da luz, eles realmente não têm cor. Esse conhecimento o inspirou a fazer esculturas médicas transparentes e incolores. O artista disse que as fotografias de suas esculturas em vidro são utilizadas inclusive pela comunidade científica em livros e periódicos médicos.

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Jerram disse que fará cinco esculturas da vacina de Oxford/AstraZeneca. Todos os lucros da venda dessas novas peças serão destinados à organização não-governamental internacional Médicos sem Fronteiras, para ajudar no combate e acolhimento de pessoas atingidas pela covid-19.

Esta não é a primeira vez que Jerram faz obras de arte em vidro relacionadas à pandemia. Em março de 2020, ele fez uma escultura do próprio coronavírus. Ambas as peças fazem parte da série Glass Microbiology, na qual trabalha desde 2004, que visa contemplar o impacto global de doenças que acometem o mundo inteiro.

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