Maior organismo vivo do mundo luta para sobreviver
O maior organismo vivo do mundo, um imenso álamo no estado de Utah, ao oeste dos EUA, está em risco. A planta com mais de 40 mil ramificações virou alvo da predação de animais ruminantes, como gado e veados.
Segundo informações do site IFLScience, há indícios de que os esforços humanos para proteger o organismo podem aumentar ainda mais o problema.
As árvores, um conjunto conhecido como Pando, cobre 43 hectares e possui massa seca de quase 6 mil toneladas. Sua composição mais parece um bosque, apesar de todos os caules serem geneticamente idênticos. A estimativa é que o álamo tenha mais de 80 mil anos.
Assim como todo organismo vivo, o Pando serve de ecossistema para centenas de outras espécies. Mas a predação de animais está impedindo que os novos brotos de álamo atinjam a maioridade.
Segundo pesquisa realizada em 2017, muitos ramos velhos que morreram, pararam de ser substituídos por novos brotos por causa do gado e veados que comem as plantas mais jovens. A longo prazo, isso ameaça a continuação do Pando.
Foi então que as autoridades da Floresta Nacional Fishlake, onde está o álamo, ergueram cercas para barrar a entrada desses animais – o que também pode causar problemas.
Até agora, somente 16% do Pando está devidamente cercado e já nascem brotos capazes de substituir as árvores mortas. Mas quase 50% da estrutura continua sem nenhum cerceamento, o que significa que os animais continuam se alimentando das plantas.
Há, ainda, uma parte com cercas intermediárias, com brechas para fora do bosque. Quase um terço do Pando recebeu grades inadequadas em 2019, quando a barreira começou a ser reforçada. Nessa área, os brotos chegam a atingir a maioridade, mas a predação continua visível.
Três florestas
Agora, o maior organismo vivo do mundo se divide em três zonas distintas que evoluem como partes ecológicas separadas. “Pando está efetivamente se separando, pois as evidências aqui mostram florestas distintas”, disse o pesquisador Paul Rogers.
Em comunicado, ele explicou que a solução provavelmente não passa pela instalação de mais grades, mas sim uma tentativa de controle dos animais em pastejo.
“Se tentarmos salvar o organismo apenas com cercas, nos encontraremos tentando criar algo como um zoológico na natureza”, afirmou o pesquisador.