Mamilos polêmicos: Meta vai revisar proibição de seios femininos
O conselho de supervisão da Meta, a empresa-mãe do Facebook e Instagram, recomendou na terça-feira (17) que as redes da companhia revisem as regras que proíbem imagens de mamilos femininos.
Hoje o algoritmo do Facebook e Instagram derruba qualquer imagem que mostra seios nus de mulheres, mas não faz o mesmo quando fotos ou vídeos mostram homens na mesma situação.
Segundo o conselho, a Meta deve mudar seu padrão comunitário de nudez adulta e atividade sexual para “ser regido por critérios claros que respeitem os padrões internacionais de direitos humanos”.
O grupo inclui pesquisadores, políticos e jornalistas que assessoram a empresa em suas políticas de moderação de conteúdo. “A política tem base em uma visão binária de gênero e uma distinção entre corpos masculinos e femininos”, disse o conselho.
Isso, segundo o comunicado, torna as regras contra a exposição dos mamilos “pouco claras” quando se trata de usuários interssexuais, não binários e transgêneros. “Recomendamos que a Meta defina critérios claros, objetivos e respeitadores dos direitos quando se trata de moderar a nudez”, pontua o texto.
Resposta
A recomendação é uma resposta à censura do Facebook sobre duas postagens de uma conta administrada por um casal transgênero norte-americano. As imagens mostravam o casal sem a parte de cima das roupas, mas com os mamilos cobertos.
Nas legendas, eles descrevem o apoio à saúde transsexual e arrecadam dinheiro para cirurgias. O sistema de inteligência artificial da Meta revisou e removeu as publicações, mas os criadores apelaram da decisão e a big tech restaurou os posts.
Mas a discussão sobre a “libertação dos mamilos” nas redes da Meta vem de longa data. Movimentos como “Free the Nipple” (foto) já saíram do meio digital e ganharam as ruas. Ali, mulheres usam a desigualdade dos algoritmos para pedir igualdade de gênero e desobjetificação sexual.
A Meta disse que “saúda a decisão do conselho neste caso”. “Estamos constantemente evoluindo nossas políticas para ajudar a tornar nossas plataformas mais seguras para todos”, disse um porta-voz. Agora, a companhia de Mark Zuckerberg tem 60 dias para responder às recomendações do conselho.