Mapa em altíssima resolução revela detalhes sem precedentes da Antártica
Bons mapas das regiões polares da Terra estão surgindo com bastante frequência. Nos últimos tempos, vimos um mapa que mostra a espessura de toda a camada de gelo da Antártica e outro que mostra os contornos rochosos ocultos da Groenlândia em detalhes sem precedentes.
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• Esta bela vista da Via Láctea é o maior mapa já feito da nossa galáxia
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Este novo mapa do terreno da Antártica é bem especial. Não é apenas por ser o mapa de maior resolução do continente congelado, mas por ser o mapa de maior resolução já produzido, levando em consideração todos os continentes.
O mapa que você vê abaixo – liberado na semana passada por um consórcio de pesquisadores – é a primeira versão do Modelo de Elevação de Referência da Antártica (REMA, na sigla em inglês), uma iniciativa financiada pela National Science Foundation para a produção de modelos digitais de altíssima qualidade sobre a região.
Com a cobertura de aproximadamente 98% da Antártica a uma latitude de 88 graus ao sul (há um pequeno buraco bem no Polo Sul devido à falta de cobertura por satélite), o mapa tem uma resolução de 2-8 metros.
Se a gente levar em consideração que os humanos praticamente não puseram os pés em muitas regiões da Antártica, dá para entender o porquê do mapa ser impressionante.
“Até agora, tínhamos mapas de Marte melhores do que os da Antártica”, disse Ian Howat, glaciologista da Universidade do Estado de Ohio, que liderou o mapeamento, em um comunicado à imprensa. “Agora é o continente mais bem mapeado”.
A península Antártica. Imagem: REMA
O mapa baseia-se em centenas de milhares de pares de imagens estereoscópicas coletadas por satélites que orbitaram a região entre 2009 e 2017, de acordo com o site do REMA. Dados de altimetria de satélite também foram utilizados para registrar a elevação precisa de todos os pontos.
Os dados foram inseridos em um supercomputador para montar o mapa topográfico em escala continental, com um tamanho total de arquivo de mais de 150 terabytes.
O mapa, que pode ser atualizado continuamente com novos dados, irá ajudar diversos projetos de pesquisa, indo desde investigações sobre a mudança da cobertura de neve com a movimentação do gelo, passando pelo desgaste de geleiras ou até mesmo mudanças na atividade vulcânica.
Os cientistas também podem utilizar o mapa para planejar expedições de campo a regiões não exploradas do continente.
Geleira de Thwaites na Antártica ocidental. Imagem: REMA
Por fim, o mapa ajudará a validar e referenciar os dados coletados pelo ICESat-2, o novo laser espacial de varredura de gelo da NASA que entra em órbita na próxima semana.
“Isso é INCRÍVEL”, disse ao Gizmodo o cientista do programa de Criosfera da Nasa, Tom Wagner, por e-mail. “Estamos imaginando as regiões polares em um nível de granularidade que nunca foi possível”.
Você pode saber mais sobre como essa primeira versão do mapa foi desenvolvida e explorar os dados neste link (em inglês). Você também pode fazer o download de versões de alta resolução do mapa para imprimir e colocar na parede se quiser um lembrete permanente sobre como a Antártica era em 2018.
O novo mapa topográfico da Antártica. Imagem: REMA