Mastodon: tudo sobre a rede que pode herdar usuários do Twitter
A crise e as ameaças de possível queda no Twitter já fizeram com que muitos usuários migrassem para o Mastodon. O criador, Eugen Rochko, disse em entrevista na quinta-feira (17) que a rede ganhou 230 mil novos usuários desde 27 de outubro, quando o bilionário Elon Musk formalizou a compra e assumiu de vez o controle do Twitter.
Agora, o Mastodon soma 655 mil usuários ativos por mês. Ainda é bem menos que o Twitter, que, em julho, informou ter quase 238 milhões de usuários ativos todos os dias. “Não é tão grande quanto o Twitter, obviamente, mas é o maior que esta rede já teve”, disse Rochko.
A procura pelo Mastodon – que, sim, tem o nome inspirado na banda de heavy metal – não se dá ao acaso. Com as demissões em massa, instabilidade e a crise causada após a entrada de Elon Musk, muitas marcas e figuras públicas decidiram deixar a rede.
No começo de novembro, um relatório do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na sigla em inglês) apontou que mais de 1 milhão de usuários já deixaram a plataforma do passarinho azul.
O Mastodon parece ser uma alternativa: criada em 2016, a rede descentralizada se parece em muito com o Twitter, exceto pelo fato de que é preciso escolher um servidor antes de entrar. Esses servidores são administrados por vários grupos de indivíduos, e não por uma única empresa – ou dono –, como acontece no Twitter, Instagram ou Facebook.
Na prática, em vez de entrar em um único site, como é o “twitter.com”, os usuários fazem login no servidor escolhido ao criar a conta. É uma forma de manter a rede sempre ativa – se um servidor cai, outros continuam a operação.
Feed cronológico e sem anúncios
No cadastro, é possível escolher por localização ou interesses, que vão desde animais domésticos e mudanças climáticas até música clássica, comunidade LGBTQIA+ e tecnologia.
Infelizmente ainda não há um servidor exclusivo para o Brasil e o espaço para falantes da língua portuguesa (masto.pt) está lotado.
Apesar dos servidores serem diferentes, isso não impede os usuários de circularem por todo o site. É como se fosse um e-mail: mesmo que o domínio seja Gmail, Hotmail ou Outlook, ainda é possível interagir, seguir e comentar os “toots” de qualquer pessoa e de qualquer lugar. Mas é possível não sair do próprio servidor, se preferir.
Além disso, a interface do Mastodon é bastante parecida com a rede vizinha: tem aba Explorar, seguidor, curtir, compartilhar. E os posts, que podem ter até 550 caracteres, são chamados de “toots”. Mas, apesar do layout parecido, o Mastodon apresenta um feed organizado por ordem cronológica, e não por algoritmos.
A rede é livre de anúncios. Isso porque integra uma organização sem fins lucrativos apoiada por crowdfunding. Isso é possível por causa da descentralização, que reduz o custo para manter os servidores.
Como entrar no Mastodon
Quer conhecer a rede que todo mundo está falando? Confira um feed geral aqui. Para se cadastrar, acesse este site. Basta escolher o servidor onde deseja entrar – alguns estão aceitando membros sem “ficha de inscrição”, enquanto outros avaliam a entrada dos usuários.
Antes do login, você verá uma tabela com “regras básicas” para permanecer no servidor. Entre elas estão ser educado e amigável, não disseminar discurso de ódio de nenhum tipo e não disseminar spam. Alguns servidores também restringem a língua usada – muitos só aceitam posts em inglês, por exemplo.
Ao aceitar os termos, basta criar a conta como numa outra rede qualquer, com login, senha e nome do usuário. Prontinho: você está na rede que aparece como alternativa ao Twitter.