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Merkel diz que suspensão de Trump é “problemática” e defende legislação para redes

Chanceler alemã diz que suspensão de Trump é "problemática" e Justiça deveria agir com base em legislação nestes casos.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha.

Foto: AP

A suspensão definitiva da conta do Twitter do presidente dos EUA, Donald Trump, continua dando o que falar. O mais recente comentário é da chanceler alemã, Angela Merkel: ela disse que caberia à Justiça tomar uma decisão desse tipo com base em uma legislação.

De acordo com o G1, o posicionamento de Merkel é que o episódio é “problemático” pois envolve a liberdade de expressão. “É possível interferir na liberdade de expressão, mas de acordo com os limites definidos pela legislação, não baseando-se na decisão de uma empresa”, disse Steffan Seibert, porta-voz da chanceler. Como as plataformas têm responsabilidade sobre o discurso de ódio e violento, caberia à Justiça seguir regras estabelecidas pelo Legislativo para evitar problemas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, teve sua conta no Twitter suspensa definitivamente na sexta-feira (8), dois dias depois de apoiadores dele invadirem o Capitólio dos EUA para tentar impedir a confirmação do democrata Joe Biden como presidente eleito, último ato antes da posse, marcada para o dia 20. A rede social considerou que as publicações de Trump continuavam dando apoio aos invasores e informações úteis para futuros ataques. Por isso, o Twitter considerou que o correto era banir o presidente dos EUA de sua rede.

A suspensão de Trump desencadeou uma leva de medidas de outras plataformas, como Reddit e YouTube, contra fóruns e canais usados pela extrema-direita dos EUA. O presidente já estava suspenso de Instagram e Facebook até pelo menos o dia 20 de janeiro, quando Biden deverá tomar posse.

O episódio também levou a um debate sobre liberdade de expressão e censura, ainda que especialistas digam que não é bem por aí. Seja como for, a suspensão serve como um lembrete de que grande parte do debate público ao longo dos últimos anos foi parar nas mãos de poucas empresas bilionárias do Vale do Silício.

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