Meta tem prejuízo de US$ 2,8 bilhões e aumenta preço de óculos do metaverso

Metaverso tem saído mais caro do que Mark Zuckerberg previu. Além dos prejuízos, o Meta Quest 2 VR passará a custar a partir de US$ 400. Confira a situação da empresa
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Imagem: Meta/Reprodução

A Meta reportou um prejuízo no último trimestre de 2,8 bilhões de dólares em sua divisão responsável pelo desenvolvimento de tecnologias imersivas voltadas para o metaverso.

Ao somar o desempenho de todo o primeiro semestre de 2022, a divisão já acumula perdas de US$ 5,8 bilhões, valor este 35% superior ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo os resultados financeiros da empresa, divulgados na última quarta-feira (27), a divisão é a única a reportar prejuízo, mesmo com o crescimento nas vendas de hardware e software de realidade aumentada e virtual –gerando uma receita no segundo trimestre de 452 milhões de dólares.

Esses números apontam que a visão do metaverso propagada por Mark Zuckerberg pode ser mais cara do que o previsto. Mesmo assim, o CEO da empresa afirmou que ainda vê o desenvolvimento de tecnologias para mundos virtuais como uma grande oportunidade.

“Ele [o metaverso] permite uma experiência social mais profunda, onde você sente uma sensação realista de presença com outras pessoas, não importa o que esteja fazendo”, disse ele durante a teleconferência de resultados.

Zuckerberg ressaltou ainda que a empresa está gastando dinheiro agora para construir o metaverso, mas, que no futuro, esse ativo poderá gerar centenas de bilhões (ou mesmo trilhões) de dólares. Ele também já antecipou que a receita da divisão deverá ser menor no terceiro trimestre, quando comparado com o trimestre encerrado no último dia 30 de junho.

Apesar desse otimismo, a empresa já sinalizou que pretende aumentar os preços de seus fones de ouvido Meta Quest 2 VR em 100 dólares a partir de 1º de agosto. Nos Estados Unidos, esses dispositivos deverão custar US$ 400 na versão de 128GB e US$ 500 no de 256 GB (R$ 2.084 e R$ 2.605, respectivamente, na conversão direta).

Vale lembrar que o acesso a esses (caros) dispositivos de realidade aumentada e virtual ainda é o grande gargalo para que o metaverso se torne algo mais popular e de massa.

Os negócios não vão bem para a Meta

Além do prejuízo na área do metaverso, a Meta também está sofrendo uma desaceleração ampla em seus negócios. Com a nova política de privacidade da Apple, a empresa viu uma redução importante em suas receitas de publicidade. A Meta também enfrenta o TikTok por uma maior fatia do mercado de vídeos curtos.

Conforme apontou o site VentureBeat, a empresa já precisou congelar novas contratações de funcionários, diante das receitas em baixa. “Estamos colocando mais energia e foco em nossas principais prioridades da empresa que abrem oportunidades de curto e longo prazo para a Meta e as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, acrescentou Zuckerberg.

Segundo o relatório financeiro, a Meta registrou uma receita total de US$ 28,8 bilhões no segundo trimestre, com um resultado líquido de US$ 6,7 bilhões — uma queda de 36% em relação ao mesmo período de 2021. A expectativa é que a receita total neste trimestre fique na faixa entre 26 e 28,5 bilhões de dólares.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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