Site adulto XTube, controlado por empresa dona do Pornhub, será encerrado em setembro

Plataforma estava no ar há 13 anos e enfrentava processos relacionados a direitos autorais e pornografia infantil.
Captura de tela: Gizmodo
Captura de tela: Gizmodo

O site de conteúdo pornográfico XTube, de propriedade da Mindgeek, anunciou nesta quinta-feira (8) que encerrará suas atividades no dia 5 de setembro. A empresa não deu detalhes sobre o que teria motivado o fechamento da página, porém a companhia afirmou estar orgulhosa “da comunidade vibrante” que foi construída desde 2008 e que chegou a hora de seguir em frente. O site também agradeceu os usuários que ainda frequentam a plataforma.

Usuários que possuíam compras de crédito adicionais, assinaturas VIP ou acesso a serviços premium dentro do XTube não receberão mais nenhuma cobrança a partir de agosto. A última fatura desses pagamentos é agora em julho, e não é mais possível adquirir novas assinaturas.

Desde dezembro de 2020, a Mindgeek não permite que os usuários baixem vídeos do XTube. Isso foi logo após a divulgação de uma reportagem do New York Times que apontava um crescimento estrondoso de pornografia não consensual e material de abuso sexual infantil em sites do grupo Mindgeek, incluindo Pornhub e o próprio XTube.

Em todo o caso, o XTube já não ia muito bem das pernas. Segundo o serviço de tráfego Similarweb, o XTube figura na posição de número 158 dos sites adultos mais populares da internet — muito abaixo de outras propriedades do Mindgeek, como RedTube (27° lugar), YouPorn (18°) e Pornhub (3°).

“Como qualquer empresa de tecnologia, estamos avaliando constantemente nossas ofertas de conteúdo e produtos para melhor atender aos nossos usuários. O XTube sempre teve uma comunidade dedicada, mas pequena, e acreditamos que seus usuários e criadores serão melhor atendidos em uma de nossas plataformas existentes, aonde poderão tirar proveito de um alcance mais amplo e maior visibilidade”, declarou a Mindgeek em comunicado enviado ao Gizmodo.

Após a denúncia do New York Times, o Pornhub exterminou 8 milhões de vídeos do site, e apenas canais verificados podem publicar conteúdos — todo o restante ou foi deletado permanentemente ou está suspenso até que as investigações sejam concluídas. O XTube, por sua vez, mostra apenas 35 mil vídeos hospedado atualmente, em comparação com cerca de 115 mil em novembro de 2020.

Criadores comemoram fechamento do XTube

Se por um lado há quem ficará órfão do site de vídeos pornográficos, por outro há uma comunidade que está contente com o fim da plataforma. Lalita Lolli, uma performer fetichista que tem um canal verificado no Pornhub, diz que a maioria dos artistas do setor ficaram felizes com a decisão. “Eu gostaria que as pessoas soubessem que os artistas de pornografia não gostam de conteúdo não verificado; não apenas por causa da privacidade, mas por causa do abuso e dos danos da pornografia de vingança e da pornografia infantil”.

Já o artista pornográfico Bootywankenobi, do Canadá, tweetou que o XTube serviu como reduto para ladrões de conteúdo.

Muitos artistas pornôs protestam que a pirataria desenfreada na rede Mindgeek matou a indústria pornográfica convencional. “As pessoas estão ganhando muito menos dinheiro e trabalhando muito, muito mais horas para ganhá-lo. Enquanto isso, os responsáveis pelo Pornhub abocanham tanto dinheiro que não sabem o que fazer com ele”, disse o jornalista Jon Ronson à Vox, em 2017.

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O oposto vale para aqueles que contam com o Pornhub como sua principal fonte de renda. Em meio à proibição do uso de cartões de crédito nas plataformas da Mindgeek — Visa e Mastercard removeram suas bandeiras como opção de pagamento —, os criadores do Pornhub apontam que, agora, o site é o melhor lugar para obter reconhecimento de nome na indústria pornográfica amadora.

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