Quatro pessoas já morreram em busca por tesouro de US$ 2 milhões nos EUA
O mito de que existe um tesouro escondido em algum local das Montanhas Rochosas fez mais uma vítima fatal, segundo reporta a BBC.
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Jeff Murphy, 53, que vivia em Illinois, morreu no parque nacional Yellowstone em 9 de junho enquanto buscava um tesouro no valor de US$ 2 milhões, supostamente enterrado pelo negociador de arte e milionário Forrest Fenn. No livro de memórias “The Thrill of the Chase”, publicado em 2010, ele diz que enterrou um tesouro “em algum local das Montanhas Rochosas entre Santa Fe, Novo México e a fronteira com o Canadá”.
Forrest Fenn colocou o tesouro em um local da Montanhas Rochosas, nos EUA; busca já fez quatro vítimas mortais. Crédito: Reprodução
Repórteres do site KULR 8 entraram com um processo usando a lei de acesso à informação e descobriram que funcionários do parque estavam cientes que antes de morrer, Murphy havia mandado um e-mail para o milionário, confirmando a ligação dele com a caça ao tesouro, que já atraiu milhares de pessoas para a área.
No livro, Fenn incluiu um poema de 24 linhas em seu livro. Posteriormente, em uma entrevista à ABC News, ele disse que os versos eram a chave para “centenas de pepitas de ouro, algumas maiores que ovos de galinha, objetos antigos chineses esculpidos com jade, artefatos animais de ouro da era pré-colombiana, vários rubis, esmeraldas, safiras, diamantes, entre outras coisas”.
Muitas pessoas questionam se este baú seja apenas uma pegadinha, embora Fenn tenha dito dito que o baú esteja escondido em um local acessível até para um homem de 80 anos, e que é possível achar o tesouro sozinho.
Fenn disse que os itens estão enterrados na montanha a pelo menos 1.500 metros acima do nível do mar. Murphy morreu após cair do pico Turkey Pen de uma altura de pelo menos de 150 metros, segundo informa o Washington Post.
O milionário que escondeu o tesouro ofereceu pagar o custo do helicóptero que resgatou Murphy. Embora o NYT tenha notado que a segunda morte por causa dessa caça foi registrada em 2017, ele se defende dizendo que é “sempre trágico quando alguém morre, e esta última morte me atingiu fortemente…a vida é muito curta para vestir cintos e suspensórios. Se alguém morrer afogado em uma piscina, nós não deveríamos acabar com elas, mas ensinar as pessoas a nadarem.”
O jornal norte-americano ainda diz que desde 2016 já faleceram: Randy Bilyeau, 54; Paris Wallace, 52 e Eric Ashby, 31.
Parques nacionais recebem centenas de milhões de visitantes por ano. Então, estatisticamente, continua sendo um programa seguro, ainda que em média de 120 a 140 mortes ocorrem nesses locais — sem contar os suicídios. A maioria das vezes é por afogamento, acidente de carro ou queda.
A polícia já avisou Fenn para encerrar essa caça ao tesouro. Na ocasião, Pete Kassetas, chefe de polícia do Estado do Novo México, disse que “quando se tem US$ 2 milhões em jogo, as pessoas tomam decisões erradas.”
Foto do topo por AP