Mortes de morcegos e pássaros em turbinas eólicas aumentam durante migrações

Estudo feito ao longo de 13 anos traçou padrões de mortalidade entre morcegos e pássaros nos Estados Unidos para ajudar a diminuir número de colisões
morcegos voando
Imagem: Roy Niswanger/Flickr/Reprodução

Morcegos e pássaros morrem com mais frequência ao bater em turbinas eólicas durante suas migrações sazonais. É o que mostra um estudo publicado na última quarta (10), na revista científica PLOS ONE, que reuniu dados referentes a um período de 13 anos nos Estados Unidos.

Pesquisadores do Renewable Energy Wildlife Institute, em Washington, estudaram dados de 248 instalações de turbinas eólicas – que representam 30% do total de instalações do país. Eles analisaram a contagem diária de aves (3.789, no total) e morcegos (10.291) encontrados mortos entre 2009 e 2021 nesses locais para entender padrões sazonais de mortalidade.

Eles perceberam, por exemplo, que as espécies de pássaros que habitam pradarias e planícies apresentam números consistentes de fatalidades ao longo dos anos. Isso acontece porque a maioria das instalações são construídas em regiões de paisagem plana, em estados ,aos ao centro e leste do país. Então, estes animais estão constantemente expostos ao risco de colisão.

Por outro lado, pássaros que vivem em florestas apresentam dois picos de mortalidade, na primavera e no outono. Estas são as épocas de suas migrações de longa distância e os únicos momentos do ano em que estas aves colidem com turbinas eólicas.

Entre os morcegos, o número de acidentes aumenta entre os meses de junho e novembro, período que corresponde ao verão e ao outono no hemisfério norte. O estudo mostrou que a espécie Lasionycteris noctivagans, conhecida como “morcego do pelo prateado” em inglês, costuma colidir com turbinas principalmente em outubro. A Tadarida brasiliensis, ou “morcego-sem-rabo-brasileiro”, sofre mais acidentes fatais em novembro, e outras espécies comuns na amostra, em agosto.

Ao traçar esses padrões de mortalidade, os pesquisadores esperam contribuir na redução de conflitos entre o desenvolvimento da energia eólica e a vida selvagem. É possível, por exemplo, usar esses dados para planejar o desligamento temporário de uma instalação em uma tentativa de proteger determinada espécie.

Esse tipo de solução já apareceu na Austrália, por exemplo. Por lá, o projeto de uma instalação de turbinas eólicas foi aprovado mediante uma série de condições, como o desligamento das turbinas por cinco meses ao ano para proteger o papagaio-de-barriga-laranja, que está ameaçado de extinção.

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