Música pode reduzir dor de bebês durante as vacinas, aponta estudo
Coleta de sangue, vacinas, teste do pezinho. A lista de procedimentos que os bebês passam logo ao nascer é extensa e necessária para assegurar a saúde dos recém-nascidos.
No entanto, embora algumas pessoas argumentem que o cérebro dos pequenos não se desenvolveu o suficiente para que eles sintam dor, um estudo já confirmou que isso é mentira. Os bebês podem sentir dor e de uma maneira semelhante aos adultos.
Agora, um novo estudo publicado na revista Pediatric Research confirmou que estímulos auditivos, como a música, podem amenizar essa dor.
Uma dose de Mozart
O teste foi realizado com 100 recém-nascidos que iam se submeter à coleta de sangue no calcanhar como parte de uma triagem de rotina. Durante o estudo, 46 deles passaram pelos procedimentos normalmente. Os outros 54 recém-nascidos ouviram uma canção de ninar instrumental de Mozart durante 20 minutos antes, durante e por cinco minutos após o procedimento.
Posteriormente, os pesquisadores mediram os níveis de dor dos bebês usando um sistema de pontuação padrão. Nele, é preciso avaliar expressões faciais, choro, padrões de respiração, movimentos dos membros e alerta. A pontuação máxima de dor possível nesta avaliação é sete.
Os bebês que ouviram a música de Mozart tiveram pontuação quatro durante o procedimento, caindo para zero um minuto depois. Já aqueles que não ouviram a canção pontuaram sete no momento do teste no calcanhar, caindo para cinco e meio após um minuto.
Dessa forma, a pontuação média de dor dos bebês que ouviram a canção de ninar foi significativamente menor durante e imediatamente após o procedimento em comparação com aqueles que não ouviram música.
Música para evitar traumas
De acordo com Saminathan Anbalagan, médico neonatal e líder da pesquisa, estudos anteriores já demonstraram que experiências precoces de dor podem alterar as respostas a esse estímulo mais tarde na vida.
“Portanto, estabelecer um método fácil e confiável para reduzir a dor em recém-nascidos é crucial”, afirmou ao The Guardian. E completou dizendo que “a intervenção musical é uma ferramenta fácil, reproduzível e barata para isso”.
Além disso, os pesquisadores querem que novos estudos explorem os efeitos de outro som na redução da dor: em vez da música de Mozart, querem testar a voz dos pais da criança.