Na China, o Natal é celebrado com troca de maçãs de presente
Por mais que o Natal não seja uma celebração tradicional na China, o país asiático tem encontrado formas de adotar esse feriado — que é um dos mais importantes do ocidente –, nem que isso signifique fazer mudanças “curiosas”.
Uma das tradições difundidas é a troca de maçãs decoradas como presente natalino. Embora pareça inusitado, esse costume está enraizado em um jogo de palavras e também no apelo comercial que o Natal adquiriu em solo chinês.
Na China, o Natal é amplamente comemorado como um evento cultural e comercial, mais do que como uma celebração religiosa. Assim como é o Dia dos Namorados no Brasil, por exemplo.
Entre os jovens dos grandes centros urbanos, é comum presentear amigos, colegas e até familiares com maçãs, especialmente na véspera de Natal.
De onde vem a maçã no Natal chinês
A origem dessa prática está no idioma mandarim: a palavra para “véspera de Natal” é Ping’an Ye (平安夜), que significa “Noite Silenciosa” ou “Noite de Paz”, em referência à música natalina “Noite Feliz”.
Já a palavra para maçã é pingguo (苹果), que soa semelhante ao termo para “paz” (ping’an). Assim, essa associação sonora transformou a fruta em um símbolo de bons votos e harmonia para a ocasião.
A tradição ganhou força nas últimas décadas, impulsionada por estratégias de marketing. Lojas e comerciantes começaram a vender maçãs embaladas em caixas decorativas ou cobertas com mensagens de paz e felicidade.
Algumas frutas até recebem gravações personalizadas com temas natalinos, feitas a laser. A simplicidade do presente, combinada ao seu significado cultural, tornou-o popular, especialmente entre os jovens.
Ainda assim, essa adaptação não é unânime. Nas áreas mais rurais — e que contam com uma população mais velha –, a data passa despercebida. Além disso, ainda existe uma certa desconfiança por parte das autoridades chinesas, que veem a comemoração do Natal como um um símbolo da influência cultural estrangeira.