A sonda New Horizons viu um possível muro de hidrogênio no final do Sistema Solar

A missão New Horizons está se afastando do Sol e, aparentemente, se aproximando de um “muro”. A espaçonave, que agora está a praticamente 6,4 bilhões de quilômetros da Terra e já ultrapassou Plutão, mediu o que parece ser um indício da energia de maior alcance do Sol – um muro de hidrogênio. • Sonda New […]

A missão New Horizons está se afastando do Sol e, aparentemente, se aproximando de um “muro”.

whatsapp invite banner

A espaçonave, que agora está a praticamente 6,4 bilhões de quilômetros da Terra e já ultrapassou Plutão, mediu o que parece ser um indício da energia de maior alcance do Sol – um muro de hidrogênio.

• Sonda New Horizons tirou a foto mais distante já capturada no universo com uma sonda
• Como a NASA levará a sonda Parker até o Sol sem que ela queime

Esse muro é muito similar a medição feita pela missão Voyager há 30 anos. Ela oferece mais informações sobre os limites de alcance do Sol no espaço.

“Assumimos que existe algo a mais lá, alguma outra fonte de brilho”, disse o autor do estudo Randy Gladstone, do Instituto de Pesquisa Southwest, ao Gizmodo. “Se tivermos a chance com a New Horizons, talvez possamos imaginar o que seja”.

A luz do Sol envia partículas carregadas para o exterior, fazendo com que as partículas de hidrogênio no espaço que estão entre os planetas emitam uma luz ultravioleta característica.

Em algum momento, essa energia do Sol provavelmente sofre um declínio, criando uma barreira onde o hidrogênio interestelar se acumula na borda de pressão externa causada pela energia do vento solar.

A barreira do sistema solar. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Os cientistas conseguiram fazer uma visualização em 360 graus dessa emissão ultravioleta utilizando o instrumento Alice da New Horizon. Quando eles analisaram elementos a distância do Sol, viram um certo brilho a mais no sinal.

Esse brilho poderia ser causado pelas partículas de hidrogênio que estão além do Sistema Solar e interagem com as partículas mais distantes do vento solar, criando o que parece ser uma barreira, de acordo com o artigo publicado na semana passada, na Geophysical Research Letters.

A sonda Voyager mediu algo similar há três décadas. Análises recentes demonstraram que os cientistas da Voyager provavelmente superestimaram a força dos sinais. Mas uma vez que os dados da Voyager foram corrigidos, os resultados da New Horizon pareceram praticamente os mesmos.

Talvez o sinal seja outra coisa, disse Gladstone, mas a corroboração dos dados pelo menos adiciona mais uma credencial para sua existência, vindo de um muro de hidrogênio ou de alguma outra característica do espaço. Cientistas planejam observar o sinal duas vezes por ano, de acordo com o artigo.

A New Horizons atualmente está se preparando para visitar o Objeto 2014 MU69 do Cinturão de Kuiper, uma rocha de cerca de 30 quilômetros de diâmetro. Depois disso, continuará sua jornada para os limites do Sistema Solar.

É difícil de determinar a localização do limite do Sistema Solar – após o fim da influência do vento solar, ainda pode existir a teórica Nuvem de Oort, uma esfera congelada de cometas que orbitam o Sol a um terço do caminho para a nossa estrela vizinha mais próxima.

A New Horizons continuará, primeiro passando pelo 2014 MU69 e talvez por outros objetos do Cinturão de Kuiper. E seguirá em frente – mas o espaço é realmente muito grande.

Teremos que esperar pelo menos até o final da década de 2030 para que a New Horizons alcance a distância que a sonda Voyager alcançou até agora. Provavelmente estaremos mortos no momento em que a sonda deixe a influência do Sol para trás.

[GRLr]

Ilustração: NASA

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas