Níveis baixos de estresse podem fazer bem ao seu cérebro, diz estudo

Ter uma rotina com uma dose pequena de estresse ajuda na melhora da memória de trabalho, a mais usada nas tarefas diárias
Níveis baixos de estresse podem fazer bem ao seu cérebro, diz estudo
Imagem: Texas University/Reprodução

Um estudo da Universidade da Geórgia, nos EUA, descobriu que níveis baixos a moderados de estresse podem fazer bem ao cérebro humano. Rotinas com uma carga mental maior ajudam na melhora da “memória de trabalho” – a que rege informações a curto prazo usadas nas tarefas do dia a dia. 

Os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética de mais de 1 mil participantes do projeto Human Connectome, que fornece informações sobre o funcionamento do cérebro. 

A pesquisa avaliou o estresse a partir de perguntas semanais. No questionário, eles respondiam desde a frequência com que ficavam chateados por algo inesperado até como lidavam com todas as coisas que tinham para fazer. 

Os resultados sugerem que pessoas que relataram níveis baixos ou moderados de estresse tiveram aumento da atividade nas partes do cérebro que envolvem a memória de trabalho. Já os participantes com altos níveis de estresse crônico mostraram declínio nessas áreas. 

A análise da memória de trabalho foi feita com base em testes com ferramentas e rostos de indivíduos. Ao mostrar as imagens, os pesquisadores pediam que os participantes lembrassem se as fotos se repetiam, ou não.

Enquanto completavam as tarefas, ressonâncias magnéticas captavam a atividade cerebral em diversas partes do cérebro. Os participantes que disseram ter mais apoio de família e amigos se mostraram capazes de lidar com níveis menores de estresse de maneira mais saudável. 

Muito estresse não traz nenhum benefício

Pesquisadores alertam que só há “benefício” quando há estresse baixo ou moderado. Quando se torna constante, ficar estressado não traz nenhuma vantagem – pelo contrário, só piora a saúde mental e cognição dos indivíduos. 

“Os maus resultados do estresse são bastante claros e não são novos”, disse Assaf Oshri, que liderou o estudo, ao site institucional da Universidade da Geórgia. Segundo ele, altos níveis de estresse podem mudar a estrutura do cérebro. 

Na prática, ocorre o aumento da massa branca em comparação com a massa cinzenta. Essa última é relacionada com o controle muscular, tomada de decisões, autocontrole e regulação emocional. 

Além disso, o estresse crônico pode tornar as pessoas mais suscetíveis a doenças, como náuseas, enxaquecas, pressão alta e até variações cardíacas. 

Em pesquisas anteriores, os pesquisadores apontaram que níveis de estresse mais baixos ajudam os indivíduos a desenvolver resiliência e, assim, reduzir o risco de desenvolver distúrbios de saúde mental, como depressão e comportamentos antissociais. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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