Desde a descoberta de seu corpo mumificado, há mais de 30 anos, Ötzi — também conhecido como o “Homem do Gelo”, é tema de estudos e artigos científicos. Agora, uma análise do DNA da múmia mostrou que o homem de 5.300 anos atrás tinha pele e olhos escuros, além de uma provável calvície.
Isso vai contra as representações que até o momento vinham sendo feitas de Ötzi, que normalmente pintavam o Homem de Gelo com a pele branca e o cabelo longo.
“Acreditava-se anteriormente que sua pele escureceu durante o processo de mumificação”, disse à CNN Albert Zink, chefe do centro de pesquisa Instituto de Estudos de Múmias da Eurac Research, na Itália.
Contudo, o pesquisador explica que a pele mais escura não era tão incomum na Europa daquela época. Além disso, ele aponta que os primeiros agricultores em solo europeu ainda tinham uma pele bastante escura. “Isso mudou com o tempo para uma pele mais clara, como uma adaptação às mudanças no clima e na dieta dos agricultores”, explicou.
Análise do DNA
Um casal de alpinistas encontrou a múmia nos Alpes orientais, perto do Monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália, em 1991. A múmia rivaliza com a múmia egípcia “Ginger” o título de mais antiga múmia humana conhecida.
Após isso, as autoridades austríacas confiscaram o corpo e o levaram para Innsbruck, onde finalmente estabeleceram sua verdadeira idade.
O Museu de Arqueologia do Alto Ádige, na cidade italiana de Bolzano, expõe o corpo.
A primeira vez que um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi foi em em fevereiro de 2012. A análise mostrou que ele tinha um elevado risco de sofrer de ateroscleros e intolerância à lactose.
Agora, além dos detalhes já revelados na nova análise, Zink afirma que a equipe espera descobrir mais detalhes, como a composição de seu microbioma.