Nova variante BA.2.75 aumenta casos de Covid na Índia e já causa preocupação

A nova variante, que descende da Ômicron, possui oito mutações extras na proteína spike, o que pode favorecer a reinfecção e atrapalhar a proteção fornecida por vacinas
Nova variante
Imagem: Fusion Medical Animation/Unsplash/Reprodução

Uma nova variante do coronavírus identificada na Índia está na mira de autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cepa BA.2.75, como foi chamada, parece ser responsável pelo aumento de casos no país asiático, além de já ter sido detectada em outras partes do globo. 

A nova variante se desenvolveu a partir da subvariante BA.2 da Ômicron. Ela possui 8 mutações a mais na proteína spike, considerada a porta de entrada do vírus nas células humanas. Isso significa que a BA.2.75 pode ser favorável a reinfecção, além de contornar a proteção fornecida pelas vacinas. 

Na Índia, a variante foi identificada em 23% das amostras de Sars-CoV-2 sequenciadas no mês de julho. Também foram registrados casos no Japão, Austrália, Reino Unido, EUA, Canadá, entre outros países.

Até o momento, não foram identificados casos da BA.2.75 no Brasil. Por aqui, as linhagens BA.4 e BA.5 continuam sendo as responsáveis pelo alto número de infecções.

De acordo com especialistas, pessoas infectadas pela nova cepa ficam assintomáticas ou desenvolvem sintomas leves – o que também pode ser consequência da vacinação. Por enquanto, coriza, febre e cansaço foram os principais sintomas associados a infecção.

Apesar das autoridades estarem monitorando a BA.2.75, ela ainda não foi classificada como variante de preocupação. Isso significa que, por enquanto, o vírus não está sendo considerado um risco para a saúde pública global – pelo menos, não formalmente.

Mesmo assim, a OMS segue preocupada com a pandemia. Nesta terça-feira (12), a organização disse em nota que a pandemia da Covid-19 continua a constituir uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, impactando negativamente a saúde da população. 

O surgimento de novas variantes e a redução do número de testes contribuem para a maior disseminação da doença. Como consequência, os pesquisadores enfrentam dificuldades em mapear a transmissão e criar políticas públicas, ao mesmo tempo em que os hospitais veem suas salas lotarem de pacientes com sintomas respiratórios.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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