Novo app com IA promete melhorar fotos ruins, mas tem “efeitos colaterais”
Pesquisadores da Tencent ARC Lab –localizada na China– desenvolveram um novo sistema de inteligência artificial (IA) que permite realçar rostos em fotos antigas, danificadas ou que estão pouco nítidas. O problema é que o novo algoritmo apresenta alguns “efeitos colaterais”.
A ideia é boa. Batizado de GFP-GAN –sigla em inglês para “Prioridade Facial Generativa” por meio de uma arquitetura de “Rede Adversarial Generativa”–, o sistema funciona como qualquer outra ferramenta que busca melhorar fotos utilizando inteligência artificial.
O diferencial do algoritmo chinês é que ele pretende ser mais preciso do que as IAs anteriores, ao focar em detalhes faciais fiéis para manter a identidade do rosto, buscando um equilíbrio entre realidade e fidelidade.
Em testes realizados, o sistema conseguiu excelentes resultados em imagens extremamente borradas, como na imagem abaixo.
Entretanto, ao utilizar imagens em alta resolução, o aplicativo acabou gerando imagens um tanto quanto assustadoras.
O estudo sobre o GFP-GAN pode ser consultado no arXiv e o código no GitHub.
Questões de privacidade
Muito além da inocente utilidade de melhorar fotos antigas, o uso de sistemas como o GFP-GAN pode gerar preocupações quanto à privacidade.
Uma inteligência artificial como esta poderia ser utilizada para monitoramento da população, ao melhorar imagens de câmeras de vigilância de pessoas distantes ou de baixa qualidade para identificar e rastrear determinados indivíduos.
Hoje, a vigilância já é utilizada por empresas e governos em todo o mundo, mas ela tem a limitação de não oferecer clareza de imagens de pessoas e objetos distantes.
O melhoramento desse tipo de algoritmo poderia, até mesmo, identificar o que as pessoas estão falando em locais públicos, unicamente analisando a leitura dos lábios.
Por outro lado, esse mesmo algoritmo também pode reforçar a privacidade, ao “embaralhar” imagens e evitar que outros sistemas façam o reconhecimento facial.