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Novo teste promete calcular quanto tempo você tem de vida

Através de machine learning, o novo teste compara os resultados coletados com indicadores gerais de saúde e estilo de vida.

Novo teste analisa células da bochecha e promete prevê tempo de vida com mais precisão

Um novo teste, que coleta células da parte interna da bochecha, promete calcular o tempo de vida de uma pessoa. Chamado CheekAge, o teste analisa o envelhecimento e a saúde ao identificar marcas epigenéticas nas células coletadas. Essas marcas são alterações químicas que influenciam o funcionamento genético sem causar mudanças no DNA.

Elas podem surgir por fatores como tabagismo, estresse, alimentação inadequada e sono ruim, sendo alguns dos indicadores do envelhecimento biológico e do risco de mortalidade.

O novo teste age como um “relógio epigenético de segunda geração”, com alta precisão na avaliação da saúde, conforme indica o nome do estudo publicado no dia 30 de setembro.

Usando machine learning, o novo teste compara os resultados com indicadores gerais de saúde e estilo de vida. No estudo, os pesquisadores revelam que o novo teste se baseia na metilação, um tipo de modificação epigenética, em células da bochecha.

Como funciona o novo teste

Os pesquisadores utilizaram dados de um estudo de grande porte da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, que acompanhou pessoas nascidas entre 1921 e 1936, coletando dados sobre metilação em células sanguíneas a cada três anos.

Desse modo, o modelo de machine learning foi treinado com mais de 200 mil amostras de DNA para encontrar frações de metilação e gerar uma correlação com uma variedade de fatores, como estilo de vida e qualidade de sono.

Ao comparar essas informações com os dados de mortalidade dos participantes, os pesquisadores identificaram as mudanças epigenéticas ligadas ao risco de morte.

Com isso, o estudo mostrou que o novo teste prevê a mortalidade – ou o tempo de vida – com mais precisão se comparado a métodos anteriores, que usam dados sanguíneos.

De acordo com os pesquisadores, cada variação em relação à média do teste aumenta em 21% o risco de mortalidade por qualquer causa.

Além disso, o teste também conseguiu identificar genes específicos que influenciam a expectativa de vida e o risco de doenças relacionadas à idade.

Por exemplo, o gene PDZRN4, que diminui o risco de tumores, e o gene ALPK2, ligado ao risco de câncer e doenças cardiovasculares.

No entanto, é importante destacar que as alterações epigenéticas podem ser modificadas. Mudanças no estilo de vida, como a adoção de hábitos saudáveis, podem reverter os danos celulares e diminuir o risco de morte prematura.

Portanto, o teste não prevê exatamente quanto tempo de vida você tem, mas, ao determinar a idade biológica e os riscos à saúde, o CheekAge serve também para incentivar a adoção de hábitos mais saudáveis.

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