O que é melhor para o cão: ração ou carne crua? Veja o que diz a ciência
Hoje em dia, é cada vez mais comum que os tutores de cães alimentem os animais com carne crua, já que o alimento cru não tem aglutinantes e conservantes. Mas afinal, será que é melhor alimentar seu cão com ração pronta ou carne crua? Veja o que diz a ciência!
Pesquisadores da Universidade Estadual de Oklahoma e da Universidade da Flórida, ambas dos EUA, realizaram o estudo. A revista Frontiers in Veterinary Science publicou os resultados.
A pesquisa avaliou como a alimentação dos cães pode afetar marcadores anti-inflamatórios no intestino. A equipe de pesquisa comparou a inflamação em cães alimentados com dietas à base de ração KB (“Kibble-based diets” — também conhecida como “ração seca”) versus dietas à base de carne crua (RMBD ou “Raw Meat based diet”).
A hipótese era de que cães alimentados com RMBD teriam alterações em sua microbiota e metaboloma que correlacionariam com mudanças nos marcadores inflamatórios fecais e sistêmicos.
O estudo foi feito com 55 cães adultos clinicamente saudáveis, todos pesando mais de 9 kg. Os pets foram alimentados com uma dieta à base de ração ou à base de carne crua por mais de um ano, segundo seus donos.
Afinal de contas, o que é melhor: ração ou carne crua?
A pesquisa observou que o amido — um carboidrato de origem vegetal importante para o metabolismo — representava aproximadamente um terço do consumo alimentar do grupo KD. Por outro lado, o amido representava menos de 1% do que o grupo RMBD consumia, devido à ausência de fontes vegetais na dieta.
A equipe encontrou marcadores inflamatórios semelhantes – incluindo metabólitos séricos específicos para funções antioxidantes e anti-inflamatórias – nas amostras de sangue de ambos os grupos.
Porém, encontrou resultados significativamente diferentes nos marcadores inflamatórios intestinais dos dois grupos. Eles também observaram diferenças entre os metabolomas e a microbiota fecal dos grupos.
Nos cães que comem carne crua, os cientistas encontraram níveis mais elevados de IgA fecal (um anticorpo da mucosa que protege contra infecções), IgG (um anticorpo que protege contra bactérias e vírus) e IAP (outro anticorpo protetor do intestino).
“Nós teorizamos que esses aumentos em cães alimentados com RMBD podem refletir uma melhora na homeostase gastrointestinal e na função imunológica, bem como no aumento da digestibilidade da ração”, escreveram.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda não conseguiram determinar se as diferenças observadas eram benéficas ou não. Isso devido à curta duração do estudo e à inclusão apenas de cães saudáveis.
Como próximos passos, os investigadores sugerem que estudos maiores e de maior duração. Incluindo marcadores mais sensíveis, como cães não saudáveis, para poder lançar mais luz sobre os efeitos das duas dietas.