O que é tecnologia limpa e qual a briga entre Europa, EUA e China por ela
Enquanto as tensões comerciais entre Estados Unidos e China se acirram cada vez mais, a União Europeia aposta em uma nova tendência que especialistas acreditam ser o futuro da indústria. No recente Fórum Econômico Internacional de Davos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen (foto principal), apresentou o plano i “Green Deal”, que incentiva a adoção da tecnologia limpa pela indústria.
Segundo as palavras de Von Der Leyen, o plano tem o objetivo de colocar a Europa na dianteira do mundo no que diz respeito à tecnologia verde, que é parte fundamental do plano de alcançar a meta de emissões zero até 2050 — para limitar o aquecimento global a 2ºC ou as consequências para as futuras gerações podem ser catastróficas.
Tecnologia limpa ou tecnologia verde são um conjunto de medidas e ações que visam reduzir os impactos da produção industrial no meio ambiente. Entidades, como a União Europeia, acreditam que essa prática pode ser o futuro tanto na questão da preservação ambiental, quanto em desenvolvimento econômico, além de ser motor para incentivar a inovação em tecnologias mais ecológicas.
Agência Internacional de Energia (AIE) acredita que o mercado de energia verde movimentará US$ 650 bilhões anualmente até 2030, o equivalente ao triplo dos níveis atuais.
Os EUA, por exemplo, anunciaram um plano de financiamento de US$ 369 bilhões para empresas americanas que adotem práticas de tecnologia limpa. A UE vê a medida do governo de Joe Biden como uma ameaça à indústria Europeia que pode estar ficando para traz neste assunto.
O plano é bem detalhado e recomenda a adoção de uma legislação específica que irá facilitar o acesso a financiamentos e concessões em áreas consideradas essenciais, como emissões zero de gases do efeito estufa e geração de energia eólica e solar, por exemplo.
Além disso, ele prevê o aumento nos investimentos em produção de tecnologia limpa e a criação de um fundo de financiamento para garantir os investimentos no setor. Outro ponto destacado no plano é a capacitação de trabalhadores para que eles possam ser inseridos nos mercado e estejam preparados para atender todas as demandas e enfrentar os desafios da produção limpa.
A União Europeia também afirmou que deseja tornar o comércio mundial mais justo e limpo, além de enfrentar práticas de mercado, consideradas, desleais praticadas por Estados Unidos e China, que seguem disputando utilizando medidas não muito convencionais e aplicando sanções uma a outra, o que tem deixado o mercado global em alerta.
No final do ano passado, por exemplo, o governo Biden limitou as importações de componentes equipamentos necessários para a produção de chips semicondutores pela China, o que pode impactar negativamente em todo o planeta, já que o país asiático é uma dos principais fabricantes do planeta e sua escassez pode impactar em graves problemas para diversas indústrias.