Onda de calor na Europa leva a recordes de temperatura e mortes
Julho está sendo um mês atípico para os europeus. Mais de 20 países emitiram alerta de calor ao longo da última semana. Somente na Espanha e Portugal, as temperaturas extremas levaram a pelo menos 1.700 mortes que poderiam ter sido evitadas.
O evento adverso é um retrato claro das mudanças climáticas. O Reino Unido teve a maior temperatura já registrada para o país, com o termômetro chegando a casa dos 40,3 ºC. O episódio gerou uma série de incêndios, levando os bombeiros de Londres a ter o dia com mais chamados desde a Segunda Guerra Mundial.
Portugal também marcou recorde histórico, com o país atingindo os 47 ºC. Diversos locais da Espanha alcançaram a temperatura de 45 ºC. Cientistas já esperavam que isso acontecesse… mas só em 2050.
Em 2020, o Instituto Britânico de Meteorologia fez previsões do tempo hipotéticas para a metade desse século. Foram coletados dados climáticos de quase 170 anos, que apontavam para o clima de 40 ºC na Europa. Porém, o evento extremo chegou antes do esperado.
Prejuízo gerado pela onda de calor na Europa
Para ter uma ideia, os incêndios florestais ocorridos na Espanha, França e Portugal queimaram cerca de 1,3 milhão de acres – mais terra perdida do que em todo o ano de 2021. Cria-se um círculo vicioso, já que a queima do ambiente leva a perda da vegetação, responsável por absorver carbono, e também libera gases de efeito estufa.
Além de contribuir para o aquecimento global, a situação leva ainda a uma piora da qualidade do ar. A população pode enfrentar não apenas a desidratação, como também problemas respiratórios.
Vale lembrar que parte dos países europeus não têm estrutura suficiente para tolerar eventos de calor extremo. Voos tiveram que ser cancelados em Londres devido ao derretimento de uma pista de pouso, enquanto trilhos de aço em uma rede ferroviária britânica ficaram 20 graus mais quentes que o ar, correndo risco de deformação. Promover uma mudança efetiva no país para a nova realidade pode demorar décadas.