ONU aprova 1ª resolução para proteger humanidade das IAs
Na última quinta-feira (21), a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou a primeira resolução para proteger a humanidade das inteligências artificiais. No projeto liderado pelos Estados Unidos, a Assembleia Geral da ONU destacou a promoção de sistemas de IA “seguros e confiáveis” para todos.
Apesar do projeto ser de autoria dos EUA, a resolução tem apoio de todos os 193 Estados-membros da ONU — incluindo o Brasil. Segundo o texto, a ideia é garantir o respeito, a proteção e a promoção dos direitos humanos não só na concepção. Isso vale também no desenvolvimento e na implantação de tecnologias de IA.
A Assembleia Geral da ONU também reconheceu o potencial da IA para acelerar a conquista dos 17 itens da lista de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Algumas das metas são fim da pobreza, fome zero, boa saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, entre outros.
Esta é a primeira vez que a Assembleia aprova uma resolução de inteligência artificial. Antes da reunião, o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que a adoção do projeto representaria um “passo histórico à frente” para o uso seguro da IA.
O texto aprovado pede aos Estados-membros e partes interessadas que:
“Se abstenham ou cessem o uso de sistemas de inteligência artificial que sejam impossíveis de operar em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos ou que representem riscos indevidos para o gozo dos direitos humanos”.
ONU reconhece “diferentes níveis” de desenvolvimento de IA entre países
A regra vale, aliás, para ferramentas que funcionam tanto offline quanto online. A ONU ainda convidou todos os Estados, o setor privado, a sociedade civil, as organizações de pesquisa e a mídia a desenvolver e apoiar regulações para o uso seguro e confiável da IA.
O aceite do projeto veio logo após a ONU reconhecer os “diferentes níveis” de desenvolvimento tecnológico entre e dentro dos países. De acordo com a organização, as nações em desenvolvimento enfrentam desafios únicos para acompanhar o ritmo acelerado da inovação.
No início deste ano, o FMI (Fundo Monetário Internacional) concluiu que a inteligência artificial vai impactar, em média, 40% dos empregos no mundo. A organização ainda afirmou que a “IA pode piorar a desigualdade geral” em todo o planeta.