Os riscos das unhas em gel: máquina de manicure pode alterar DNA e matar células

Cientistas americanos relacionaram a máquina usada no procedimento de unhas em gel a mutações celulares que podem levar ao câncer
Secadores de esmalte em manicures podem alterar DNA e matar células
Imagem: David Baillot/ UC San Diego Jacobs School of Engineering/Reprodução

A aplicação de unhas em gel se tornou um fenômeno do mundo estético. O procedimento faz o esmalte durar por muito mais tempo e acaba com o aspecto quebradiço das unhas. Mas há um porém: uma técnica envolvida no processo pode estar alterando o DNA e matando células humanas. 

Estamos falando do dispositivo de secagem, responsável por emitir raios UV sobre a unha. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA, mostrou que o maquinário pode levar a mutações causadoras de câncer em células humanas, embora a afirmação não seja conclusiva. O estudo completo foi publicado na revista Nature Communications.

Para realizar o estudo, os cientistas expuseram três tipos de células – queratinócitos da pele humana adulta, fibroblastos de prepúcio humano e fibroblastos embrionários de camundongos – a duas diferentes condições: exposição aguda e exposição crônica ao dispositivo de luz ultravioleta. 

Na primeira, as células foram colocadas sob a máquina duas vezes durante 20 minutos cada. Houve um intervalo de uma hora entre as exposições. No segundo caso, as amostras foram colocadas sob os raios UV em três sessões. Foi realizada uma sessão de 20 minutos por dia, somando três dias.

E lá estavam os resultados: uma sessão de apenas 20 minutos causou entre 20 e 30% de morte celular, enquanto as três exposições consecutivas levaram a uma morte de 65% a 70% das células expostas.

Segundo os cientistas, o DNA é danificado e alguns dos danos são irreversíveis, levando a mutação das células. Foi constatado ainda o risco de disfunção mitocondrial, que também pode resultar em mutações. 

Os pesquisadores explicaram em comunicado que os padrões de mutações identificados nas células são os mesmos vistos em pacientes com câncer de pele. Ainda é cedo para afirmar a relação entre a máquina e a doença, e os cientistas também não sabem dizer como a frequência da exposição pode afetar no risco. De toda forma, há um perigo que deve ser investigado.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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