Ciência

Óxido nítrico pode beneficiar pacientes com insuficiência respiratória por Covid-19, diz estudo

Usado no surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS), óxido nítrico também tem potencial no tratamento da Covid; confira no link
Imagem: Tho-Ge/ Pixabay/ Reprodução

Um estudo publicado na revista American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine confirmou que a inalação de óxido nítrico pode beneficiar pacientes com insuficiência respiratória devido à pneumonia por Covid-19.

whatsapp invite banner

De maneira geral, a substância dilata os vasos sanguíneos nos pulmões. Por isso, costuma ser utilizado para tratar condições cardiorrespiratórias graves tanto em recém-nascidos quanto em adultos.

Em 2003, durante o surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS), experimentos com óxido nítrico demonstraram que ele pode ajudar na melhora da oxigenação dos pacientes. Dessa forma, a nova pesquisa buscou testar a substância na aplicação contra Covid-19.

Entenda a pesquisa

Há um tempo, pesquisadores realizaram ensaios clínicos com inalação de baixas doses de óxido nítrico (1-20 partes por milhão). 

Como resultado, descobriram que a substância aumenta os níveis de oxigênio no sangue em pacientes gravemente enfermos com lesão pulmonar aguda.

Agora, o novo estudo quis testar o potencial deste tratamento em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 que desenvolvem complicações pulmonares. Por isso, realizaram testes com 193 adultos com Covid-19 desde março de 2020.

Eles estavam com insuficiência respiratória e, por isso, permaneceram sob ventilação. Então, para parte deles, os cientistas deram altas doses de óxido nítrico (até 80 partes por milhão) por 48 horas. Já o restante recebeu apenas os cuidados habituais.

Em geral, os pacientes que receberam óxido nítrico tiveram uma melhora na oxigenação. Além disso, eles apresentaram menos riscos de desenvolver sintomas neurológicos a longo prazo, como por exemplo fraqueza ou dor nos membros.

Quando os pesquisadores testaram os níveis de SARS-CoV-2 no sangue e no escarro, os pacientes que receberam óxido nítrico também tiveram índices mais baixos. Segundo os autores do estudo, isso  sugere que o óxido nítrico tem atividade antiviral.

Ainda assim, o tempo sob ventilação e as taxas de morte não apresentaram diferenças significativas com a inalação de óxido nítrico. Agora, os pesquisadores esperam que os resultados sirvam como referência para futuros estudos.

Assine a newsletter do Giz Brasil

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas