Ciência

Pegadas de Neil Armstrong ainda estão na Lua (mas não por muito tempo)

Análises científicas sugerem que as pegadas na Lua são surpreendentemente resilientes aos fatores ambientais, mas será que elas podem desaparecer?
NASA/Divulgação

Há 55 anos, em julho de 1969, dois homens, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, deixaram suas pegadas na Lua. Embora um pequeno passo para um homem, o que Armstrong e Aldrin fizeram representou um grande salto para humanidade. Mas as pegadas que ele deixaram na Lua ainda seguem lá? Veja abaixo.

No dia 16 de julho de 1969, o enorme foguete Saturn V sai da base de lançamento no Cabo Kennedy (atual Cabo Canaveral) subindo aos céus em uma missão por toda humanidade.

Aliás, o local de lançamento se chamava Cabo Kennedy porque o programa Apollo foi proposto pelo presidente John Kennedy, em 1961, que morreu antes de ver o homem pisar na Lua. 

A bordo do módulo de comando Columbia, os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins chegaram na Lua no dia 20 de julho. O que acontece em seguida é um marco histórico quando Neil Armstrong decide pisar na Lua após o módulo lunar Eagle pousar na Lua.

Muitos acreditavam que essas pegadas na Lua eram de Neil Armstrong, mas a foto icônica mostra uma das pegadas de Buzz Aldrin. Imagem: NASA/Divulgação

18 minutos depois, Buzz Aldrin também deixou suas pegadas na Lua, que ficaram eternizadas em uma foto que muitos confundem ser das pegadas de Neil Armstrong.

Esse momento foi visto por mais de 600 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a NASA. Só nos EUA, 94% da população com TV assistiu o homem caminhar na Lua.

Sucesso da missão Apollo 11

Além da importância científica, a missão Apollo 11 representa a vitória dos Estados Unidos sobre a União Soviética pela corrida espacial dos anos 1960. Isso porque, alguns dias antes, a União Soviética enviou a missão Luna 15, sem tripulantes, que entrou em órbita lunar no mesmo dia que o módulo Columbia.

No entanto, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong deixavam suas pegadas na Lua, a nave soviética iniciava uma descida desastrosa.

No dia 21 de julho de 1969, a Luna 15 colidiu com uma montanha na Lua, resultando no fracasso da missão horas antes dos americanos voltarem à Terra.

Com isso, o final da corrida espacial é simbolizada por elementos de superação e conquista dos EUA, como os áudios dos astronautas, a transmissão de TV e as fotos na Lua, que incluem as pegadas de Neil Armstrong.

Esses marcos históricos da Missão Apollo servem como uma prova da conquista histórica na exploração espacial.

Mas será que as pegadas de Neil Armstrong na Lua são eternas?

Vários fatores podem fazer com que as pegadas de Neil Armstrong e Buzz Aldrin desapareçam da Lua, incluindo:

  • Impactos de micrometeoroides
  • Radiação solar
  • A própria e fina atmosfera lunar pode reduzir as marcas das pegadas aos poucos,
  • Terremotos lunares, caso ocorram perto de onde estão as pegadas

No entanto, análises científicas sugerem que essas marcas são surpreendentemente resilientes. Mesmo com os impactos constantes de micrometeoroides, dificilmente as pegadas de Neil Armstrong vão desparecer da Lua antes de milhões de anos.

Além disso, a radiação solar e a atmosfera da Lua não causam muitos impactos.

O risco desconhecido são os terremotos lunares. Embora sejam majoritariamente fracos, terremotos mais fortes podem apagar as pegadas caso ocorram perto do local de pouso da Apollo.

Mesmo assim, evidências indicam que as pegadas na Lua podem continuar por muito tempo, superando, até mesmo, estruturas feitas na Terra.

Em contrapartida, a nova corrida espacial pela Lua pode acelerar a erosão dos terrenos com essas marcas. A poeira que sai de foguetes e rovers, por exemplo, pode cobrir as pegadas.

Mas você já imaginou a Rússia voltando à Lua e, sem querer, apagando as pegadas de Neil Armstrong? Com o fracasso da missão mais recente, a Luna 25, essa possibilidade parece mais distante, pelo menos por enquanto…

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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