Ciência

Peixes astronautas da China aprendem como nadar no espaço

Cientistas chineses mandaram peixes-zebra para o espaço e a microgravidade está influenciando sua forma de nadar; veja o vídeo
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Em abril, a China enviou para sua estação espacial Tiangong a missão Shenzhou-18, uma espaçonave com uma tripulação diferenciada. Nela, além de taikonautas, há também quatro peixes astronautas. Da espécie Danio rerio, eles são popularmente conhecidos como peixes-zebra.

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Atualmente, esses animais são um dos organismos-modelo mais usados para estudos genéticos e de desenvolvimento. Chamados “aquastronautas“, os peixes da missão espacial  fazem parte de um projeto de pesquisa liderado pela CAS (Academia Chinesa de Ciências), o primeiro em pesquisa ecológica aquática no espaço da China.

Há um mês em órbita, eles permanecem em boas condições. A ideia é estabelecer um ecossistema aquático autossustentável em órbita. Por isso, junto aos peixes, foram enviadas também algumas gramas de algas para os animais se alimentarem. Confira, no vídeo:

Assim, a pesquisa também deve ajudar cientistas da área na compreensão de como manter sistemas de suporte à vida em missões espaciais de longa duração.

Por que mandar peixes como astronautas?

A estação espacial Tiangong fica na órbita da Terra, a uma altitude aproximada entre 340 e 450 quilômetros. Dessa forma, a pesquisa com os peixes astronautas pretende compreender quais os efeitos da microgravidade e da radiação em seus organismos.

A pesquisa surgiu motivada por casos de perda óssea que acometem os astronautas. Como cerca de 70% dos genes humanos têm um análogo no genoma do peixe-zebra, os cientistas querem compreender como o ambiente espacial afeta os sistemas biológicos desses animais para, então, tentar entender o que acontece no corpo humano.

Para isso, a tripulação está coletando amostras da água em que os peixes astronautas vivem. Além disso, também coletarão os ovos dos animais para análise posterior. Em geral, os embriões dos peixes-zebra são transparentes e se desenvolvem fora do útero, o que significa que o desenvolvimento dos peixes pode ser estudado desde a fertilização.

Até agora, eles perceberam que os peixes-zebra estão exibindo comportamentos direcionais incomuns, como natação invertida e movimentos rotativos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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