Pesquisadores analisam o cortejo complexo das aranhas-lobo
Quais são as artimanhas que você utiliza para chegar em alguém na balada ou em apps de relacionamento? Em situações como essas, há quem aplique cantadas baratas ou siga um roteiro pré-definido. A falta de originalidade, no entanto, pode não agradar a pessoa admirada.
Algo parecido acontece com as aranhas-lobo na natureza. Um estudo publicado na revista Biology Letters indica que as fêmeas preferem acasalar com machos que demonstram certa criatividade na hora do cortejo.
O comportamento foi estudado por pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. Eles estavam interessados em entender a complexidade do cortejo de aranhas da espécie Schizocosa stridulans, que podem ficar entre 5 e 45 minutos emitindo sons e tremendo seu corpo com o objetivo de conquistar as parceiras.
Os cientistas analisaram a performance de 44 aranhas-lobo. Nove dos aracnídeos conseguiram acasalar. O grupo dos sortudos produziu sinais vibratórios mais complexos, improvisando e mudando o ritmo de suas batidas.
O comportamento é arriscado, já que as aranhas machos acabam fazendo mais barulho e chamando atenção, o que pode atrair predadores. Mesmo assim, o galã arrisca, tornando seus movimentos ainda mais complicados diante de fêmeas pesadas – mais propensas a dar a luz e criar um grupo grande e saudável de filhotes.
À medida que a fêmea caia na lábia do conquistador, o macho tendia a aumentar a complexidade de sua sinalização, mantendo a parceira interessada. Os cientistas sugerem que as aranhas podem estar a procura de vigor e habilidade, e por isso se encantam pelos machos criativos e esforçados.
Outra teoria é que as fêmeas de S. stridulans podem ser melhores em perceber e processar sinais complexos, preferindo assim os machos que produzem esses movimentos. Por fim, os cientistas supõem que as aranhas são como os humanos, e preferem que os machos usem um pouco da imaginação de vez em quando.