As últimas semanas de incêndios florestais se tornaram um pesadelo na Austrália. A fumaça nublou o horizonte de Sydney, e os governos estaduais emitiram alertas assustadores, que basicamente pediam que moradores que fugissem para morrer.
Os danos à fauna e à flora foram pesados. Mais de 10 mil quilômetros quadrados de floresta queimaram, destruindo habitats cruciais e incinerando animais incapazes de escapar das chamas. Todas essas são notícias terrivelmente terríveis, mas teve um lado bonito no meio de toda a desgraça: cachorros procurando coalas.
Alguns meninos e meninas muito bons estão perambulando pelas florestas queimadas do estado australiano de Nova Gales do Sul em busca de bichinhos peludos que sobreviveram aos incêndios. Os coalas foram duramente atingidos pelas chamas, e estima-se que centenas tenham morrido. Os icônicos marsupiais são considerados vulneráveis nas escalas de possibilidade de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e viram sua população diminuir devido à invasão humana e às mudanças climáticas.
Os incêndios (que estão ligados à mudança climática) estão exacerbando o problema e reduzindo o habitat. No curto prazo, os incêndios significam que a forragem de que os coalas dependem foi queimada e as fontes de água provavelmente estão poluídas. Vídeos angustiantes de coalas com pelos chamuscados e pés queimados também surgiram nas redes sociais. São imagens angustiantes, que mostram todo o sofrimento e toda a luta dos animais.
É por isso que os socorristas entraram em ação, incluindo cães de detecção de coala. Sim, existem cães que procuram especificamente coalas.
O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW, na sigla em inglês), sediado no Reino Unido, treinou o Bear, um cachorro “obsessivo”, filho de uma mistura das raças Border Collie e Coolie Australiano, para farejar coalas no interior. Outro cão, Taylor, foi enviado pelo TATE Animal Training para propósitos semelhantes.
Ambos os cães estão usando seus narizes de alta potência para caçar coalas. Ou, mais especificamente, eles estão caçando o sinal mais revelador de animais vivos que existem: cocô fresco.
Em circunstâncias mais simples, conservacionistas usariam cães farejadores de cocô para ajudar a mapear santuários da vida selvagem e a presença de animais ameaçados.
Mas para Bear e Taylor, a busca é mesmo por coalas que possam estar em apuros no que sobrou das florestas queimadas. A IFAW descreveu que a Área Protegida Indígena Ngunya Jargoon, que estava sendo patrulhada por Bear, como um “crematório enegrecido e fumegante”.
Embora o cão e seu treinador não tenham encontrado coalas, havia sinais de coalas na área. Enquanto isso, Taylor teve mais sorte: encontrou oito coalas perto de Port Macquarie, a cerca de 595 km ao norte de Sydney.
Além dos bons meninos e meninas que estão buscando coalas, as pessoas também entraram na briga para salvar os marsupiais que sobreviveram e estão passando por apuros. Isso inclui uma mulher que literalmente deu sua camisa a um coala quando ele apareceu de uma floresta em chamas e depois mergulhou seu pelo chamuscado em água.
Nova Gales do Sul ainda passou por mais 24 horas com risco de novos incêndios entre muito alto e severo. Depois disso, os coalas talvez tenham um pouco mais de paz.