Pioneiros de técnica de edição genética descobrem jeito de usá-la como detector de vírus brilhante

A essa altura, o CRISPR já é bem conhecido por sua poderosa capacidade de modificar geneticamente o DNA, mas, de forma cada vez mais frequente, cientistas estão se voltando para o CRISPR também para outras tarefas. • Novo estudo tranquiliza a possibilidade do CRISPR causar mutações genéticas não intencionais • A Microsoft quer usar inteligência […]

A essa altura, o CRISPR já é bem conhecido por sua poderosa capacidade de modificar geneticamente o DNA, mas, de forma cada vez mais frequente, cientistas estão se voltando para o CRISPR também para outras tarefas.

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Novo estudo tranquiliza a possibilidade do CRISPR causar mutações genéticas não intencionais
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Em um estudo publicado nessa quinta-feira (15) pelo periódico Science, o laboratório na Universidade da Califórnia em Berkeley da pioneira do CRISPR Jennifer Doudna descreve um fascinante novo uso para a técnica: usar o CRISPR como um detetive para identificar trechos de DNA que possam sinalizar infecções virais, câncer ou até mesmo genes defeituosos.

O sistema é chamado de DETECTR, abreviação de DNA Endonuclease Targeted CRISPR Trans Reporter (“Trans-relator de CRISPR Voltado para Endonuclease de DNA, em tradução livre). Normalmente, o CRISPR é usado para editar DNA; é uma tecnologia que permite aos cientistas cortar um DNA mais facilmente em lugares específicos, deletar genes ou substitui-los para fazer coisas como curar e estudar doenças; o sistema DETECTR usa o CRISPR para algo completamente diferente.

Funciona assim: em vez da Cas9, a enzima com que o sistema CRISPR é normalmente pareado para cortar DNA, o laboratório de Doudna usou a Cas12a, uma enzima que consegue cortar não apenas as cadeias de DNA que prende, mas qualquer DNA de uma só cadeia por perto. Eles então conseguem programar a Cas12a usando um guia RNA para focar em alvos específicos. Trabalhando com outro laboratório da Universidade da Califórnia em San Francisco, eles programaram o CRISPR-Cas12a para atacar sinais de dois tipos de HPV que causavam câncer. Na grande maioria dos casos, o sistema foi capaz de identificar a presença de HPV em amostras de DNA humano, brilhando quando ele atacava.

O método, segundo os pesquisadores, poderia ser aplicado na identificação de outros tipos de infecções virais ou bacterianas, ou até mesmo programados para caçar marcadores de câncer e anormalidades cromossômicas.

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