Por que “Elementos” é a pior estreia da Pixar em 28 anos?
Após “The Flash”, outro longa que teve uma estreia fraca nos cinemas no último final de semana foi o “Elementos”, da Disney. O filme arrecadou apenas US$ 29,5 milhões nos EUA, tornando-se a pior estreia dos estúdios Pixar em 28 anos.
O número só não é menor que o de “Toy Story”, de 1995, que conseguiu a marca de US$ 29,1 milhões. Entretanto, considerando o ajuste de acordo com a inflação, o valor hoje seria de cerca de US$ 50 milhões.
Nas bilheterias internacionais, o resultado também não foi satisfatório. Foram US$ 15 milhões em mercados selecionados, somando US$ 44,5 milhões globais — para um orçamento de US$ 200 milhões.
E não é de hoje que a Disney vem perdendo dinheiro. Basta lembrar de “O Bom Dinossauro”, de 2015, que faturou US$ 39 milhões, ou “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica”, de 2020, também com US$ 39 milhões. Nem “Lightyear”, de 2022, com seus US$ 51 milhões, conseguiu lucro suficiente.
Uma das razões para o péssima estreia de “Elementos” nos cinemas seria a chegada das plataformas de streaming. Principalmente porque, com a pandemia, os espectadores se acostumaram a consumir os lançamentos cinematográficos a partir de suas casas. Alguns exemplos são “Soul” e “Luca”, que foram diretamente para o Disney+.
Além disso, outro desafio para a Disney é a competição com outros filmes de animação, como “Super Mario Bros. O Filme” e “Spider-Man: Através do Aranhaverso”. Para o analista de bilheteria Shawn Robbins, “as estratégias de streaming da era pandêmica da Disney e a crescente popularidade de outros estúdios de animação entre os jovens modernos e os espectadores familiares devem ser consideradas” (via The Hollywood Reporter).
“Elementos” e o futuro da Pixar
Contudo, ainda há esperança para “Elementos”. A animação teve bons resultados no exterior, incluindo a Coréia do Sul, onde ultrapassou “The Flash”, por exemplo. Segundo Robbins, “a recepção positiva de Elemental e a competição mínima podem ajudar o filme a ganhar fôlego durante o verão”. Vale lembrar que o filme estreou com um A no CinemaScore.
Agora, a Disney terá que esperar para ver se futuros lançamentos, como “Wish: o Poder dos Desejos”, conseguirão se sair melhor. Os estúdios também podem precisar de uma nova estratégia antes do lançamento de “Elio” e “Divertida Mente 2”, por exemplo.
Embora o ex-chefe da Pixar, John Lasseter, tenha relutado em investir em franquias, essa pode ser a estratégia do atual CEO da Walt Disney Co., Bob Iger. Em fevereiro, ele anunciou sequências para “Toy Story”, “Fronzen” (2013) e “Zootopia” (2016). De acordo com ele, os futuros filmes são um exemplo de como o estúdio está “apostando em nossas marcas incomparáveis”.