Que dormir o suficiente é essencial para se manter saudável e melhorar a qualidade de vida, todos sabem. Mas, além da média de horas de descanso, muitas vezes a dúvida é se o horário de pegar no sono faz diferença para a saúde.
Esta é a resposta que uma pesquisa da Universidade Harvard publicada na revista científica European Heart Journal-Digital Health busca responder. De acordo com os cientistas, quem consegue descansar melhor é quem vai dormir entre às 22h e 23h.
Este, segundo o estudo, é o horário ideal para garantir as melhores horas de sono. Além disso, quem dorme neste horário também tem menos probabilidade de desenvolver doenças cardíacas.
Entenda a pesquisa
O levantamento envolveu mais de 88 mil pessoas com idades entre 45 e 79 anos. Para chegar nesse resultado, o sono dos voluntários foi monitorado por uma semana.
O monitoramento do sono era feito usando dispositivos colocados em seus pulsos. Os participantes também responderam a perguntas relacionadas ao estilo de vida e hábitos.
Após esta primeira fase, os pesquisadores acompanharam a vida dos voluntários por nada menos que cinco anos e meio. Assim, foi possível fazer um cruzamento de dados entre os hábitos noturnos e doenças cardiovasculares e ataques cardíacos.
Os que dormiam em horários próximos da meia-noite poderiam ter até 25% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares. Ir dormir em horários não convencionais altera o ritmo circadiano, essencial para regular as funções vitais do organismo, mostra a pesquisa.
Cochilo da tarde funciona?
Além do estudo de Havard, uma pesquisa feita na Índia sugere que as horas extras na cama não significam muito em termos de benefícios. A pesquisa, que envolveu 452 trabalhadores de baixa renda ao longo de um mês.
Os pesquisadores sugeriram que os participantes dormissem meia hora a mais do que o costume. No entanto, os resultados não foram tão bons quanto se esperava.
“Para nossa surpresa, essas intervenções não tiveram nenhum efeito positivo em nenhum dos resultados que medimos”, disse o economista Frank Schilbach, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que participou do estudo.
As análises, publicadas no The Quarterly Journal of Economics, incluíram cognição, produtividade, tomada de decisão e bem-estar.
Ao final de um mês de experimentos, os inscritos estavam gastando 38 minutos extras por noite na cama, o que equivalia, de fato, a 27 minutos de sono.
Essa baixa eficiência parece impedir o tipo de sono mais profundo e restaurador que pode ser vantajoso para a saúde. No dia a dia, os voluntários incluídos no estudo tendiam a acordar cerca de 31 vezes por noite.