Qual os 10 países mais vulneráveis às mudanças climáticas? Veja ranking
Embora nenhum lugar esteja imune às mudanças climáticas, é certo que os países de baixa renda enfrentam esses desafios de forma mais severa. Uma lista da GAIN (Notre Dame Global Adaptation Initiative) mostrou quais são os países que estão mais vulneráveis aos efeitos do impacto ambiental negativo.
O ranking tem base na frequência de eventos climáticos extremos, bem como na preparação para lidar com as ameaças do clima. Com exceção do Afeganistão, todos ficam no continente africano – muitos deles, aliás, enfrentaram conflitos nos últimos anos. Veja abaixo a lista dos países vulneráveis:
10. Mali
Desde 1960, a temperatura média anual do país desértico da África Ocidental aumentou 0,7º C, gerando mais seca e padrões de precipitação menos previsíveis. Assim, o aumento da seca pode levar à quebra de safras devido ao calor e infestações, perda de biodiversidade, mais estresse hídrico e migração climática.
9. Libéria
Com altos índices de pobreza, o país de floresta tropical na África Ocidental depende, em grande parte, de setores econômicos sensíveis ao clima, como agricultura, pesca, mineração e silvicultura. Além disso, a Libéria também têm problemas decorrentes de práticas de extração de madeira que levam ao desmatamento, mineração de areia não regulamentada que torna o litoral do país vulnerável à erosão e técnicas agrícolas que prejudicam o clima. O Banco Mundial prevê que, se o nível do mar continuar aumentando, mais 675 mil pessoas estarão em risco até 2030.
8. Somália
Além de uma instabilidade política, o país na África Oriental sofre com um bioma desprotegido, pesca excessiva, desmatamento, extração ilegal de madeira, despejo tóxico e um comércio prejudicial de carvão. Nos últimos anos, a Somália também enfrentou a pior seca em quatro décadas, prejudicando os rebanhos e as fazendas – sendo que estas últimas compõe 65% do PIB.
7. Afeganistão
De 1950 a 2010, as temperaturas no país asiático aumentaram em 1,8º C – e as chuvas também diminuíram em 40% no país. O Programa Mundial de Alimentos nomeia a seca como uma ameaça atual à segurança alimentar do Afeganistão, amplamente dependente da agricultura.
6. Sudão
Em 2016, o cientista climático Jos Lelieveld alertou para o risco de o país se tornar inabitável devido ao aumento das temperaturas. Além de enfrentar grandes quantidades de desertificação e desmatamento, o atual conflito no Sudão levou a população a depender recursos internacionais para o suprimento de água, o que arrisca a agricultura como fonte de alimento.
5. Guiné-Bissau
Com um extenso litoral e muitas ilhas, o país próximo à Libéria corre risco frequente de inundações, sobretudo durante a estação de chuva. No ano passado, as chuvas excepcionalmente fortes também afetaram os agricultoras, criando uma crise alimentar. O aumento da salinização do oceano como efeito das mudanças climáticas levou ainda a uma diminuição na produção de arroz.
4. República Democrática do Congo
O colonialismo deixou marcas na República Democrática do Congo, na África Central, onde os governantes belgas exploraram seus recursos naturais. A população não tem estrutura suficiente para lidar com a poluição contínua desses recursos devido à mineração no país. Atualmente, o país experimenta um aumento tanto em inundações quanto em secas, que resultam em crise e fome.
3. Eritreia
Desde 1960, a temperatura já subiu 1,7ºC no pequeno país costeiro da África Oriental. O aumento resultou em secas e na elevação do nível do mar, bem como na perda de biodiversidade e em um declínio na produção de alimentos.
2. República Centro-Africana
Após mais de uma década de conflito, a instabilidade política e a violência prejudicaram a natureza exuberante da República Centro-Africana. Além disso, no clima tropical do sul, o país enfrentou sérias inundações nos últimos anos, que destruíram casas e contaminaram fontes de água, causando doenças – como fez também a indústria de mineração do país.
1. Chade
Por fim, na lista dos países vulneráveis, está Chade. Nas últimas cinco décadas, o aumento das temperaturas, as secas e o uso excessivo de recursos naturais secaram 90% do Lago Chade, o maior do país. A bacia foi erodida por chuvas pesadas, que o terreno desértico torna mais propenso a inundações. A falta de estradas pavimentadas no país da África Central também dificulta o acesso humanitário em emergências, além da falta de médicos treinados. Além disso, Chade também recebeu quase meio milhão de refugiados do Sudão.
Com informações da Concern Worldwide.