Ciência

Quem é mais esperto: o jovem ou o adulto? Nova pesquisa traz dado surpreendente

Estudo mostra que diferenças cognitivas entre jovens e idosos estão diminuindo, o que pode ser resultado de diversos fatores de influência
Imagem: zhang kaiyv/ Unsplash/ Reprodução

O ser humano mais velho está mais esperto? Embora muitos pensem que o envelhecimento prejudica a cognição das pessoas, um novo estudo sugere que não é bem assim. De acordo com uma pesquisa publicada na revista Developmental Review, as diferenças cognitivas entre jovens e idosos estão diminuindo com o passar do tempo.

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“Isso é extremamente importante, já que estereótipos sobre a inteligência de pessoas na casa dos sessenta anos ou mais podem estar as prejudicando — no local de trabalho e além”, afirmou Stephen Badham, autor do estudo, em artigo para o The Conversation.

Entenda a pesquisa

Para analisar o cenário, o pesquisador acessou bancos de dados e pesquisas anteriores sobre o desempenho cognitivo de jovens e idosos. Os registros datavam de 1960 até os dias atuais.

Ao traçar os dados ano a ano, ele identificou que a diferença de cognição por idade estava diminuindo nos últimos 60 anos. Ao analisar se o que acontecia com os jovens – aumento da capacidade cognitiva – também ocorria entre os idosos, ele descobriu que a resposta era afirmativa.

Tracei esses dados em relação ao ano de publicação e descobri que os déficits de idade estão diminuindo ao longo das últimas seis décadas.

“Mas se as diferenças estão desaparecendo, isso significa que as melhorias dos jovens em habilidades cognitivas diminuíram ou que as dos idosos aumentaram?”, se perguntou Badham.

Então, na terceira etapa de análise, o pesquisador utilizou dados de seu próprio laboratório, coletados durante sete anos, para diferenciar a progressão cognitiva de jovens e idosos. Dessa forma, descobriu que enquanto os jovens tinham desempenho semelhantes nos teste, os idosos apresentaram melhorias na velocidade e no vocabulário.

Possíveis explicações para o adulto estar mais esperto

De acordo com Badham, as novas gerações de idosos se beneficiaram de infâncias em que frequentaram escolar. Em geral, o número de crianças com acesso à educação aumentou  significativamente na década de 1960.

E, claro, isso se reflete por toda a vida, até agora quando estão mais velhos. Além disso, os dados demonstram que as novas gerações de jovens estagnaram em desempenho cognitivo.

Embora existam teorias de que isso acontece porque há influências de tendências evolutivas ou da saúde mental, o autor da pesquisa acredita que o motivo é apenas a chegada a um limite natural. “Um limite para o quanto fatores como educação, nutrição e saúde podem melhorar o desempenho cognitivo”, explicou no artigo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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