Rapper Drake pede para tirar suas duas indicações ao Grammy 2022

Ele estava indicado a Melhor Álbum de Rap por “Certified Lover Boy” e Melhor Performance de Rap por “Way 2 Sexy”, com Future e Young Thug
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Drake recusa nomeação no Grammy 2022 Imagem: Reprodução/Instagram

O cantor canadense Drake pediu que suas duas indicações ao prêmio Grammy 2022 sejam retiradas. A informação foi confirmada por um representante da própria Recording Academy, responsável pela grande premiação musical, à revista Variety na segunda-feira (06).

Mais cedo, em novembro, a Recording Academy divulgou a lista dos indicados à principal premiação da indústria da música, o Grammy Awards 2022. Entre os destaques em indicações estão Olivia Rodrigo, Billie Eilish, Lil Nas X e mais. Drake, porém, havia recebido apenas duas nomeações, que agora o rapper pediu sacar.

Decisão em conjunto

Segundo a Variety, a decisão foi tomada por Drake junto com seu empresário e o Grammy acatou o pedido de remoção, mas a motivação ainda não foi revelada. O artista estava indicado a Melhor Álbum de Rap por “Certified Lover Boy” e Melhor Performance de Rap por “Way 2 Sexy”, parceria com Future e Young Thug.

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Drake havia sido nomeado em duas categorias de rap para a premiação, mas seu álbum de sucesso “Certified Lover Boy” não aparece nas categorias gerais do prêmio. As indicações foram retiradas do site do Grammy Awards justamente no início da última fase de votação.

Sem substitutos

Vale lembrar que as nomeações do rapper não serão substituídas, visto que a votação para escolher os vencedores já foi iniciada. Drake, um dos músicos mais influentes do mundo, já ganhou quatro prêmios Grammy, mas também já teve desentendimentos com a Academia.

Em 2020, ele falou sobre a importância de “algo novo que possamos construir com o tempo e transmitir às gerações futuras” após a falta de indicações de The Weeknd à honraria.

“Acho que devemos parar de nos permitir ficar chocados todos os anos com a desconexão entre a música impactante e esses prêmios, e apenas aceitar que o que antes era a forma mais alta de reconhecimento pode não importar mais para os artistas que existem agora e os que virão depois”, escreveu no Instagram.

Outras reclamações

Na cerimônia de 2019, Drake voltou a expressar publicamente sua frustração por, segundo ele, artistas negros do hip-hop não receberem crédito suficiente. “Atuamos em um campo dominado por opiniões e não por fatos”, lamentou o cantor ao receber o prêmio de Melhor Canção de Rap por “God’s Plan”.

“Esta é uma indústria em que às vezes a última palavra recai sobre muitas pessoas que podem não entender o que um garoto de raça mista do Canadá tem a dizer”, reclamou.

Em 2017, Drake se recusou a submeter o álbum “More Life” para qualquer categoria do Grammy 2018. No ano seguinte, o rapper canadense mostrou-se descontente quando Jay-Z não levou prêmios, apesar de ter sido indicado para oito.

Ainda 2017 em entrevista, ele acusou os organizadores do prêmio de classificá-lo como rapper porque ele é negro. “A única categoria em que me encaixam é o rap, talvez porque já fiz rap no passado ou porque sou negro”, declarou ele à rádio Apple’s Beats.

Outros artistas negros, incluindo The Weeknd, Frank Ocean e Jay-Z, já afirmaram que consideram o Grammy irrelevante nos últimos anos, especialmente pela falta de reconhecimento dos artistas negros.

A Variety ressaltou que Harvey Mason Jr., CEO da Recording Academy, tem dado prioridade a uma revisão dos procedimentos e funcionários da organização depois de anos de acusações de acordos privilegiados e interesses próprios. Poucas semanas após a entrega dos prêmios de 2021, por exemplo, a Academia anunciou a eliminação dos “comitês secretos” que por décadas faziam a curadoria da lista final de indicados ao Grammy.

O Grammy 2022 será apresentado por Trevor Noah, que irá comandar a cerimônia com data marcada para acontecer no dia 31 de janeiro em Los Angeles. No Brasil, a cerimônia será transmitida pela TNT. 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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