Qual é a do Remini, o app que usa inteligência artificial para melhorar fotos antigas?

App chinês Remini analisa fotos antigas e as transforma com a ajuda de inteligência artificial; os resultados são bem realistas.
Telas do aplicativo Remini

Foto fora de foco e levemente borrada ainda acontece de vez em quando, mas era bem mais comum na era das câmeras analógicas. A gente vê bastante dessas imagens no Dia das Crianças, quando todo mundo quer mostrar que já foi bonitinho um dia e publica umas fotos antigas.

Neste Dia das Crianças um aplicativo chamou a atenção de muita gente – curiosamente, até o perfil da Vivo compartilhou. Batizado de Remini, ele promete consertar imagens borradas ou com baixa definição utilizando inteligência artificial, no Android e iOS. E os resultados são ótimos. Porém, ele tem lá as suas limitações e controvérsias.

Embora deixe as imagens bastante nítidas, o aplicativo pode exagerar quando a foto original tem qualidade muito baixa. Além disso, ele costuma funcionar melhor nos retratos com uma ou duas pessoas – se for um grupo maior, pode ser que os resultados não sejam tão bons.

Toda foto que você sobe no aplicativo é enviado para um servidor, que aplica as alterações com inteligência artificial. É preciso esperar o processamento, mas você pode “pular a fila” caso use créditos que são comprados dentro do aplicativo. Inclusive, há limitação de três envios por dia. Para otimizar mais fotos, é preciso pagar a partir de R$ 18,90.

Não temos muitos detalhes sobre os desenvolvedores. Nas lojas de aplicativo, o desenvolvedor é descrito como “wei liu” ou “Remini”. Com um pouco mais de pesquisa, foi possível descobrir que a desenvolvedora é uma empresa chamada BigWinePot, que pertence à Dagong Technology Co.

Baixando o app, que só pode ser usado depois de se cadastrar, o link para as condições de uso só aparecem depois de incluir um e-mail e inserir um código de confirmação que é enviado para endereço – há ainda opções de login com o Facebook ou Google.

Nos Termos de Uso de Privacidade, que está em inglês e é traduzido automaticamente do chinês, é revelado o nome da Dagong Technology. Em outros momentos dos termos, uma empresa chamada “Dayu Technology” é citada.

Poucas informações são encontradas sobre a companhia numa pesquisa rápida na internet e a maioria dos links aponta para um empresa que fabrica drones.

Os termos em si repetem a estratégia de frases jurídicas vagas e com muitas brechas, incluindo “Dagong Technology tem o direito final de interpretar esse acordo de uso”. Por outro lado, não escondem que suas imagens ficam armazenadas em seu banco de dados e que outros produtos dos desenvolvedores podem beber dessa fonte.

O cara acima meio que previu o nosso post, mas não deveria ser surpresa para ninguém que esses aplicativos podem coletar inúmeros dados, como o FaceApp. Os termos de uso do Remini, no entanto, não são tão absurdos. E se você for ler o que o Instagram escreveu em sua política de privacidade, também pode ficar assustado. É que a nossa privacidade está ferrada mesmo e há pouca preocupação com a credibilidade das corporações.

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