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Galaxy Z Flip é o primeiro dobrável que merece sua atenção

A categoria de smartphones dobráveis é bem nova, e a segunda geração de aparelhos da Samsung é definitivamente mais sólida que os concorrentes.

Galaxy Z Fold

Fotos por Sam Rutherford/Gizmodo

Com todos os perigos e problemas encontrados nos primeiros smartphones dobráveis, ninguém seria chamado de louco se dissesse que era melhor deixar essa ideia de lado. Mas esse sentimento pode ser um pouco prematuro, porque, com o Galaxy Z Flip, a Samsung fez o primeiro telefone dobrável que merece sua atenção.

Honestamente, o maior elogio que eu posso fazer ao Z Flip é que ele parece bastante com um smartphone tradicional, mas com a habilidade de dobrar a tela ao meio e terminar as chamadas fechando o telefone, o que é algo bem satisfatório. Admito que a parte de funcionar como um telefone normal pode não parecer grandes coisas, especialmente para algo que custa US$ 1.400 (ou R$ 8.999 no Brasil), mas é realmente uma grande melhoria, o suficiente para eu dizer que o Z Flip parece ser uma tecnologia mais refinada, o que era de se esperar para uma segunda geração de dobráveis.

Samsung Galaxy Z Flip

O que é?
Um smartphone moderno de flip com uma tela dobrável de 6,7 polegadas

Preço
US$ 1.380 (no Brasil, R$ 8.999)

Curti
Design compacto e elegante, vida útil de bateria boa, tela e dobradiça mais duráveis, sensor de impressão digital montado na lateral.

Não curti
Alto-falantes mono, resistência à água muito limitada, a tela da tampa externa pode ser maior, um pouco difícil de abrir com uma mão, caro.

Isso porque os outros telefones dobráveis, como o Galaxy Fold, Huawei Mate X e o Moto Razr, pareciam que você tinha que utilizá-los com muito cuidado e dentro de um sala hermeticamente fechada só para evitar que partículas entrassem em uma de suas frestas ou que a tela se desfizesse.

Mas com o Z Flip há uma espécie de confiança tácita. Quando fechado, ele fica em um formato compacto que permite guardá-lo praticamente em qualquer lugar (mesmo em bolsos pequenos), sendo ao mesmo tempo bastante confortável de segurar.

E quando está aberto, o Z Flip se expande para revelar uma tela de 6,7 polegadas (2.635 x 1.080) FHD+ com uma câmera de 10 MP em um pequeno furo no display (que a Samsung afirma ser o primeiro para um telefone com tela curvada).

Considerando que o telefone é essencialmente um retângulo de 3,5 por 2,9 polegadas quando dobrado, é bastante impressionante a quantidade de tela que você pode ter em um aparelho tão pequeno. A título de comparação, o Galaxy S20 Ultra — que tem uma tela enorme de 6,9 polegadas — tem basicamente o mesmo tamanho, mas não é possível dobrá-lo ao meio para obter uma melhor portabilidade.

Ao redor da borda do telefone, há uma moldura plástica que ajuda a proteger o Z Flip de danos no visor quando você o fecha, ao mesmo tempo em que garante que, se alguma pequena partícula ficar presa no interior, ela não será triturada na tela.

Do lado direito, há um sensor de impressão digital incorporado no botão de bloqueio do telefone e os ajustes de volume, que funcionam muito bem. Só queria que eles estivessem posicionados um pouco mais abaixo no telefone para facilitar o uso enquanto o telefone é dobrado.

Quanto à tela de vidro ultrafino do Z Flip, ela é uma espécie de dois passos à frente, mas um passo para trás. Isso porque embora se pareça muito com uma tela de vidro tradicional, como vimos em vídeos de destruição de aparelhos, por alguma razão a Samsung também colocou uma película plástica em cima do vidro, que é o que seus dedos estão realmente tocando.

Infelizmente, isto significa que, apesar de toda a tela parecer mais forte e mais sólida, ainda é propensa ficar arranhada por coisas como chaves, canetas ou mesmo unhas, se você pressionar o aparelho com força o suficiente.

E embora o vinco do Galaxy Fold esteja de volta, ele não é tão óbvio quando a tela está ligada, particularmente em ângulos de visão normais. Mas está lá e você pode senti-lo também, embora eu ache que não é realmente um problema, pois eu não toco muito no meio da tela, mesmo quando estou navegando no feed do Twitter.

Além disso, é importante entrar nas configurações do Z Flip e ligar os gestos do sensor de impressões digitais. Isso permite puxar a área de notificações ao deslizar para baixo no leitor de digitais. Caso contrário, a tela com proporção 21:9 do Z Flip pode dificultar o acesso ao topo da tela ao segurar o aparelho com uma mão.

Enquanto isso, na parte de fora, o Z Flip ostenta uma pequena tela de 1,1 polegadas que você pode usar para checar notificações, ver alertas de calendário ou mudar de música. Ela também serve como o menor visor do mundo para tirar selfies, mas a tela é tão pequena que por vezes é um desafio conseguir enquadrar sua cabeça em tão pequeno espaço.

Confesso que estou um pouco dividido. Sinto que gostaria de uma tela maior, mas ao mesmo tempo, em um mundo onde apps e mídias sociais estão constantemente pedindo sua atenção, ver menos notificações não é necessariamente ruim. E, além disso, forçar as pessoas a usar a tela principal do Z Flip para fazer qualquer coisa significa simplesmente abrir e fechar o telefone com mais frequência, o que é sempre bacana.

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A maioria desses problemas não é grande coisa, pois o design do Z Flip protege o visor quando fechado, mas você vai querer impedir de qualquer jeito que pessoas ou animais de estimação coloquem suas patas ou garras lá dentro. O Z Flip também não é resistente à água. Embora a Samsung tenha revestido o interior do telefone com um revestimento hidrofóbico, isso é mais para proteger contra poeira ou umidade do que um mergulho completo na água.

A Samsung também colocou escovas minúsculas dentro da dobradiça do Z Flip, para evitar a entrada de sujeira e poeira, mas só o tempo dirá quão bem isso vai funcionar. Portanto, no final, embora o Z Flip seja definitivamente mais durável do que os dobráveis anteriores — especialmente, o corpo, a tela e a dobradiça — ele não é tão resistente quando um dispositivo convencional no formato sanduíche de vidro. E, sejamos sinceros, eles também nem são tão resistentes assim.

Felizmente, as especificações do Z Flip são muito boas — e muito melhores do que os componentes intermediários que você recebe no Moto Razr. Embora você não tenha uma entrada para fone de ouvido ou um slot para cartão microSD, dois recursos que estão se tornando cada vez mais difíceis de encontrar em telefones topo de linha. Mesmo assim, você conta ainda com um chip Qualcomm Snapdragon 855+, 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.

A vida útil de bateria também é surpreendentemente decente. O Z Flip durou 13 horas e 29 minutos em nosso teste de vídeo, que é uma hora a mais do que o Pixel 4 XL (12h36m), e próximo do que atingiu o OnePlus 7 Pro (13h36m), mas distante do Galaxy S10+ (15:09). Algo curioso no telefone é que o Z Flip só usa o alto-falante que vai no ouvido para chamadas, diferente de praticamente todos os outros telefones Galaxy. Isso significa que você só recebe som de vídeos e música em mono, saindo apenas alto-falante montado na parte de baixo do Flip.

Quando se trata de tirar fotos, a câmera principal traseira do Z Flip de 12 MP e a câmera ultra grande angular de 12 MP são praticamente as mesmas do Galaxy S10, mas com um processamento de imagem ligeiramente melhor. As fotos no geral parecem boas, mas você não está com os novos e aprimorados sensores que a Samsung colocou na nova linha Galaxy S20. E, como nos telefones Galaxy anteriores, o Z Flip tende a capturar fotos com um tom de cor excessivamente amarelo em comparação com outros aparelhos. Telefones como o Pixel 4 oferecem melhor balanço de branco. E, apesar de uma câmera telefoto não ser um grande diferencial, seria legal ter uma dessas aqui.

O Z Flip preservou melhor as texturas do gelo, mas esta foto está muito azul, e de modo geral, não é tão boa quanto a que tirei com o Pixel 4. Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo

Comparado com o Galaxy S10, a foto do Z Flip é essencialmente a mesma, mas um pouco melhor em detalhes. Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
A foto do Z Flip está um pouco amarelada comparada com a do Pixel 4 (em tempo, não sei por que o rosto do jogador de hóquei Martin Brodeur foi pintado de azul). Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
O Pixel 4 tem uma vantagem em fotos com pouca luz graças ao modo noturno do Google. Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo

No entanto, apesar das deficiências como a falta de resistência à água e uma tela não tão durável quanto um vidro convencional, o Z Flip ainda é um triunfo. É impressionante ver o quanto as coisas melhoraram desde o Galaxy Fold. Ao eliminar as lacunas do painel e a tela mole do Fold, a Samsung transformou o Z Flip em algo que você não tem medo de carregar. Suas dimensões menores são uma delícia de segurar, e truques bacanas como poder abrir o telefone na posição de 90 graus para transformá-lo em seu próprio tripé enquanto tirar fotos são mais úteis do que você imagina.

Isso tudo faz com que o maior obstáculo ao Z Flip seja seu preço e disponibilidade. Mas, como o Razr original (ou V3, como ficou famoso no Brasil) provou há mais de 15 anos, há muito espaço no mundo para um telefone mais voltado para lifestyle e com especificações acima da média. E comparado ao novo Razr, o Z Flip o supera em quase todo os aspectos. Custo, especificações, duração de bateria, câmera e durabilidade. O Z Flip está aqui para corrigir os erros dos dobráveis anteriores, a ponto de você considerar comprar um.

Agora, não estou dizendo que você deva gastar quase US$ 1.400 (ou R$ 8.999 no Brasil) em um telefone. Comprei porque tinha uma curiosidade mórbida e queria testar como o Z Flip e o vidro ultrafino da Samsung aguentam o uso com o tempo. Mas depois de ter um por apenas uma semana, a grande conclusão é que o Z Flip prova que os telefones dobráveis podem ser muito mais do que um modismo.

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